quarta-feira, 31 de março de 2010

Queen of loneliness

- Onde estavas, Mary? - indagou Jude, o pequeno poeta e compositor rockstar da cidade de Wonderland.
- Na serração da noite vazia, naquele morro perto das estrelas, me contentando com a fumaça do meu cigarro e me aquecendo com o meu isqueiro.
- Foste sozinha? Isso não é perigoso para uma moça bonita como você?
- Tu bem sabes o que me encanta, Jude.

Por onde andas?
Onde posso te encontrar?
Se todas as tuas idas
Nunca tiveram hora pra voltar;


Ainda assim, sem mim


Escrevo-te este roteiro
Mas antes de ler
Tira essa máscara, meu caro
Deixa eu desvendar teus mistérios
Decifrar os teus olhos
Entender a lógica da tua face
Admirar a tua beleza espontânea
Deixa eu contemplar a tua vida
Apreciar os teus lábios
Sussurrar palavras de amor nos teus ouvidos
Estimar tuas mãos tocando as minhas
Prezar o jeito que tu anda
Deixa, meu amor, deixa eu te levar daqui
Só assim eu deixarei tu ler este roteiro
Roteiro que tu mesmo construiu
No longo caminho que percorreu
Ainda assim, sem mim.

One song, one melody

Foi-se
Há muito tempo
Aqui jaz
Um amor
Que partiu meu coração
E deixou sua marca
Naquela rosa plantada
Num jardim de ilusão
Não sobrou mais nada
A não ser a rosa
Que me lembrou
De um amor
Entre tantos amores
Esse foi especial
Deixou um sinal
Ao partir
Um bilhete na mesa
O roupeiro sem roupas
Só a rosa lá no jardim
Foi-se
Há muito tempo
Aqui jaz um amor.
Aonde você se perdeu?
Porque não segue a sua vida?
Se preferir, me entregue-a
As coisas desmoronaram
Palavras já não importam mais
Mas se preferir, me diga
O que é que você faz pra ser assim?
Tudo o que te faz
Sentir o que eu senti
Já não espero mais por ti
Já não me entrego mais a ti.

A ti, meu ídolo

Tu eras o tal que falava com o coração aberto e o pensamento voando longe, à procura das palavras certas. O que eu leio hoje sobre ti são exemplos que eu vou absorvendo para sempre seguir adiante com a escrita. Eras um cara da minha terra, a famosa Terra dos Poetas, da qual eu cresci lendo teus livros magníficos, tuas histórias encantadoras e até mesmo aqueles trechos que eu nunca, em hipótese alguma, me canso de ler inúmeras vezes. Tu fizeste história, meu caro. Tu foste mais do que imaginavas ser para alguém. Infelizmente eu não tive a honra de te conhecer, mas acompanhei na medida do possível o trabalho que tu deixaste. Meu avô teve a proeza de conhecer-te, de admirar o teu caráter, a tua garra de chegar aonde chegastes. São poucos escritores que conseguem trilhar um caminho de sucesso efetivo, cujas obras permanecem de gerações a gerações, sempre conquistando novos leitores. E tu me conquistaste, da pior forma. Leio com a alma, admiro tua escrita, teu enredo. Tu foste o único que me ensinaste a escrever textos pequenos, mas que diziam muito. Textos que tu escrevias em dois minutos, porque tudo o que tu querias falar já estava na ponta da língua. E eu já falei tudo. Já falei até demais. Tu foste o cara mais foda, o autor e escritor mais admirável, e se um dia me perguntarem em quem eu me inspiro ou o que eu leio, terei a honra de vos dizer que Caio Fernando Abreu é o meu maior ídolo.

Dentro-fora

Dentro-fora. Vivo pra dentro. O meu próprio interior sempre me fascinou muito. É complexo, tem seus segredos - mistérios estes que me surpreendo a cada descoberta. Quando aquela fumaça interrompe meus olhos de sentir, interrompe meu coração também. E eu sinto. Sentir é uma sensação que poucos tem o prazer de senti-la. Me sinto honrada. Honra é uma coisa que eu prezo muito nas pessoas. Guerra e luta também. Tem coisa melhor do que sempre insistir? Insistir nas coisas, insistir nas pessoas, insistir nas ações. Desistir não é comigo, não. E nunca vai ser. Enquanto eu estiver viva, viverei intensamente. Vou sorrir quando eu sentir vontade, vou chorar quando eu quiser, vou pular de felicidade; abraçar e beijar; cantar e gritar. Viver como nunca. Como se o amanhã não importasse e ontem ficasse para trás, porque só assim me permitiram ir embora daqui, sabendo que tudo o que eu irei levar, é justamente a vida que eu levo. E que vida. E que momentos. E que dores e angústias. E que pessoas. E que honra. E que lutar. E que legado. E que palavras. Ah, não passo de um monte de palavras coloridas... Não passo de um céu azulado com nuvens brancas abstratas. Ah... não passo de um ponto de interrogação. Ou um reticências. Dentro-fora.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Hey Jude, eu não te escuto mais

Eu sou feita de palavras. Atitudes e gestos, tu bem sabes que não é comigo. No entanto, é o que eu mais prezo nas pessoas à minha volta. É meio óbvio, tendo em vista que geralmente nos apaixonamos pelo nosso oposto. Oposto este que nunca, em hipótese alguma, iremos entendê-lo - e olha que não é por falta de esforço. Eu falo por experiência própria. Vivi um ano e cinco meses tentando entender alguém indecifrável (como o teu olhar). Me perdi. A culpa não é tua, não. A culpa é do meu coração que sempre se apaixona pela pessoa errada. Sabe, chega de lamentações. Chega de falar de amor! Tudo isso ainda está presente na minha vida, e eu quero esquecer. Sim, eu quero esquecer! Quero poder olhar pra esse presente que futuramente, se Deus e meu coração permitirem, vai ser passado. O que? Sim, eu sei que vai doer. Mas a dor passa, meu amor. A dor é momentânea. Em breve tu vais achar alguém melhor que eu (já deve ter achado). Em breve tu vais poder olhar pra trás e dizer "nossa, eu consegui superar isso". Ou vai dizer que nem eu disse e repito: "ei dor, eu não te escuto mais".

Bye, bye, Jude.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Look what you've done, Fernanda

É... Mais uma vez eu venho te escrever. Sabe, né. Motivos óbvios. Mas hoje eu prometo não falar de coisas do tipo "volta pra mim?", não com essas palavras. Sei que isso te machuca. Me machuca também ter que te implorar pra te ter de volta na minha vida. Ah, se as coisas fossem tão simples assim! Tudo seria mais fácil. A distância não atrapalharia em nada e a nossa relação iria estar perfeita desde 09 de outubro de 2008. Ou talvez as coisas deveriam ser exatamente como são. Sem tirar nem por. Porque quem sabe são perfeitas assim. Por mais que doa na gente. Por mais que as brigas sejam presentes em 78% do nosso relacionamento. Ah, chega de tentar achar as respostas sobre o porquê das coisas! Chega! As coisas simplesmente acontecem assim, pronto. Se hoje não é pra gente tá junto, não me pergunte o porquê, não queira tentar entender! Se hoje o final da nossa relação vai ser semelhante ao do filme Efeito Borboleta, tudo bem. Vai doer? Vai. Vai doer muito. Mas tudo tem seu fim. Até pra mim.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Soneto do "goodbye"

A cada despedida
Meu pranto chora
Pede socorro
Mas tu não me ouves

A cada despedida
Meu coração grita
Refugio-me na escrita
Mas tu não queres ler.

Entrego-lhe a minha alma
E faça o que quiser com a minha vida
Com a sua partida, não me interesso em viver.

Se nada que eu escrevo, tu lês
Se nada que eu falo, tu ouves
Vou deixar que o meu silêncio lhe perturbe um pouco.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Serão efeitos de amor?

Se vivo de ti distante,
ao minuto, ao breve instante
finge um dia o meu desgosto;
jamais, pastora, te vejo
que em teu semblante composto
não veja graça maior.
Que efeitos são os que eu sinto?
Serão efeitos de amor?
(...)

Marília de Dirceu, Thomás Antônio Gonzaga, 21.