sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sobre ficar

É normal que algumas coisas venham para ficar. Estranho mesmo é quando este ficar é mais repentino e breve quanto a própria chegada. E ainda nos dizem que as expectativas nos tornam distorcidamente grandes idiotas iludidos. É uma perfeita comparação. A chegada pode nos proporcionar o maior prazer do mundo. Talvez em outras palavras, a chegada signifique ainda mais do que meus escritos compõe aqui: pode ser o azul do céu de alguém, o príncipe encantado que veio à cavalo; ou coisas simples como, por exemplo, a pupila dilatada e brilhante de um alguém que sorri espontaneamente. E ainda há quem diga que não somos humanos! A partida é só uma metáfora de que a vida é realmente encantadora. Porque só parte quem nunca esteve aqui e, se somente, e só. No entanto, ainda assim choramos, nos magoamos, gritamos, corremos. Muitos escondem, outros exalam o fedor de cachaça de uma noite podre e hipócrita. Outra coisa: não nos foge do assunto, nem da vida ressaltar que a realidade e um bom copo de vinho às vezes pode ser melhor do que qualquer partida. Porque partir dói mais do que qualquer outra coisa. É por isso que eu to feliz. Porque quem partiu, se foi. E quem chegou me trouxe "o azul do céu, o príncipe encantado que veio à cavalo, brilhou minhas pupilas...". E é bom que você fique por aqui. É bom que você ficou. Porque eu tenho pressa de viver a tua chegada. Porque eu sei que vou desconhecer a tua partida.

E ainda há quem diga que não somos humanos...

domingo, 6 de maio de 2012

Narciso

desfocadamente te olho nua
e te reergo ao auge
te admiro e te faço rir
te quero tão bem, que te quero
e te dou meus inspiros
te faço dar suspiros
e te digo que és tão minha,
que és tão bela,
que és minha estrela divina,
que sou teu Narciso, meu bem,
que o espelho plano em que me olho
te curva tão bem.