domingo, 28 de outubro de 2012

Tchau radar

é simples:
fecho os olhos, escrevo, apago, escrevo.
e tchau inspiração. Até amanhã.

sábado, 27 de outubro de 2012

tua voz, teu gesto, teu jeito.
chuva que se jorra na minha cara
e me acorda.
meus rabiscos são insuficientes
pra tamanha beleza
não cabe aqui, meu amor...
mas cabe em mim.

infinito

o infinito é mais bonito se tu vieres comigo.

Vem!

vem, não demora
que a vida é breve
que o samba passa logo
e a gente perde
a hora de ver o sol se pôr.

vem, vem agora
e traz contigo a saudade
que eu deixei guardada em ti
todo esse tempo que passou.

toda noite é pouca pro meu sono
por isso vem dormir comigo
que eu já não sei mais dormir sozinha
e a noite contigo é mais fina que uma linha
e tão doce que eu só sei dizer: vem.

Eu tô carente

eu tô carente e quero teu corpo grudado no meu
quero que teus versos se cruzem com minha vida
que a tua dança embale o meu coração.
eu fico carente quando ouço a nossa música,
e fico carente quando me deixas sem opção.
eu tô carente e vou continuar carente,
se tu não vier aqui agora e me dar um beijo
do tamanho ou ainda maior,  que esse mundo louco,
que essa vida insana,
um beijo que apague as luzes da cidade
e que faça acender a nossa chama.
e tudo isso é pura carência, meu amor.

Palavras

Já faz tempo que as palavras que eu profiro saem tortas de minha boca. E agora ouço Queen ao invés de suspirar Bon Iver. E sorrio do ar fresco que bate no teu olhar e mexe nos teus cabelos e remexe os teus lábios que me tocam tão, tão, tão suavemente. E eis que estou aqui, mais uma vez, pensando que meu sono é infinito mas não durmo porque temo a morte, a vida, a loucura desses dias me atordoando, me corroendo, me enlouquecendo. Já faz tempo que estou cansada da insanidade, da verdadeira merda que é corromper qualquer emoção, qualquer palavra mal dita, qualquer frase agonizando paixão ao invés de amor. Descobri que "imprevisível" é o apelido da vida, cujo sobrenome não é dito para que não nos assustemos. Além de todas essas descobertas, me vi de frente, cara a cara com torpedos de luz em um espectro de cor cinza desiludindo qualquer coisa que pudesse ser confundida ou compreendida com o amor. E descobri, também, que tudo que se passa por estes olhos azuis que aqui clamam por calmaria, nada mais são que abstratos escritos em pequenos feixes de luzes que nadam sob nossa vida. Somos átomos perdidos. E eu não falo, só cuspo as palavras que mesmo saindo tortas, não deixam de ser palavras.