quinta-feira, 29 de novembro de 2012

E eu só consigo sentir raiva dos meus olhos, da minha boca, dos meus futuros planos. Não consigo andar para frente sem dar três ou quatro passos para trás. Preciso daquela mão que me segurava quando eu estava prestes a cair, daquelas palavras que faziam minha cabeça voltar para o seu devido lugar. Eu não sei lidar. Eu não sei andar sozinha. Eu não sei respirar sem os aparelhos. Meu coração não bate. E eu estou perdidamente perdida sem saber para onde ir, em que braços correr, aonde me jogar. É uma luz que me sufoca, não me deixa enxergar. E agora que enxerguei a escuridão me persegue e eu não consigo mais fazer nada. Enfim, enfim. Eu não sei lidar.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Sobre as circunstâncias

E tenho dito que meus dias estão ficando cada vez mais tristes e desorientados; permaneço por horas e horas sentada ao lado da minha cama que por muito tempo foi palco de sorrisos tortos e gentis. Quando tento me mexer, parece que um turbilhão de coisas dentro de mim estão feridas e que todos os meus órgãos não param de sangrar. E tento ir remoendo os dias, descartando grande parte de uma época da minha vida que eu quis tanto sentir e ser. E vou me tornando esse amontoado de circustâncias ruins me lembrando a cada dia de quem eu sou, sem que eu tenha que me olhar no espelho para que isso aconteça. Não sei se um dia passa. Só sei que não agora.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Quem sabe

Eu deveria ter escrito mais e falado menos. Porque as palavras ditas em alto e bom som ferem corações, enquanto as palavras escritas estarão livres para qualquer tipo de interpretação. Quem sabe se eu corrigisse todos os meus defeitos e me tornasse perfeita, certamente não seria o suficiente, afinal, deixaria de ser eu, perderia a minha essência. Então se eu revirasse minha cabeça e mudasse meu jeito de pensar? Já não importa mais o que tenho que fazer, se devo mudar o visual ou não, se devo me tornar um alguém diferente. Agora o que me importa é somente somar. Quero acrescentar todos os bons exemplos das pessoas boas que já fizeram parte da minha vida como experiências inovadoras e muito bem aprendidas. Quero amadurecer. Não quero mudar - quero crescer e me tornar quem eu sempre fui, só que muito mais bela. E só assim então me contentarei comigo mesma. E só assim eu farei algo melhor e mais bonito pelo mundo e por mim mesma. Quem sabe se eu tivesse escrito mais?
"Cuide do seu jardim que as borboletas virão".

Três anos de blog

Dia 17 fez três anos que eu tenho esse blog. Três anos da minha intensa vida estão escritos e desenhados - mesmo que com um lápis completamente desapontado - grandes histórias e sensações e sonhos que eu planejei e que um dia eu destrui. Enfim, espero que minhas experiências abstratas tenham sentido para alguém, em algum lugar de mundo, descobrir que o amor pode sim mudar vidas e construir sonhos (mesmo que eles desabem algum tempo depois).

Nunca me esqueço de quando eu coloquei esse nome no meu blog. Eu escrevia algumas bobagens na sala de aula e um amigo meu me disse que eu era uma bosta, e depois me disse que eu era uma Poeta de Privada. Não gostei do elogio mas gostei do nome. E tamo aí, poetiando com um mate dos bons nessa tarde linda. 

Agradeço a quem um dia visitou esse blog e me escreveu algum comentário. De verdade!

Paz

De repente a gente se conheça de novo. Numa boate qualquer, com pessoas quaisquer, com um olhar qualquer. De repente tudo esteja recomeçando, como se tudo o que já vivemos tenha sido apenas uma preliminar do que é dito como "vida". Vamos, se solte! Vamos dançar mais umas músicas, beber umas geladas, cantar alegremente, merecemos! A gente sempre precisa acreditar em alguma coisa, mesmo que essa coisa seja totalmente fora do nosso senso de realidade - é preciso acreditar, pois é isso que nos mantem sãs, tendo em vista a loucura que é percorrer os caminhos da vida. Sempre existe, mesmo que seja lá no fundo, uma esperança intensa e profunda de que algo bom aconteça. Uma esperança que rege a vida da gente, que nos coloca a par de uma realidade diferente da nossa, que nos faz tormarmos as decisões mais emotivas e significativas para o nosso coração - não pra gente. Tenho anasalido constantemente cada milímetro do teu corpo para ver qual pinta está fora do lugar, se a cor da tua pupila ainda é a mesma, se o teu olhar em mim ainda brilha. E vejo, meu amor, que mesmo lá no fundo (como eu havia dito) - sinto - que há sim uma esperança muito grande dentro de nós, que nos dá força para continuarmos com nossas decisões frustantes e ressabiadas. Mesmo que voltemos para a realidade da nossa vida de forma negativa, as coisas se superam na medida em que os dias passam. E eu continuarei aqui, com minha eterna esperança equilibrando a minha paz interior. De repente a gente se conheça de novo. Ou de repente a gente nunca havia se conhecido antes. Tudo depende do ponto de vista. Tudo depende de que ponto tu queres começar. Porque, de repente, nada de dentro da gente tenha mudado. De repente tudo tenha continuado igual.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

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Abra a porta da tua casa antes que eu a derrube. Me deixe entrar e aplaudir a beleza que foi e continua sendo ter-te em minha vida. Deixa que eu te mostro que o caminho é limpo, que o céu ainda brilha e o sol ilumina os nossos olhares. Deixa eu cantar as canções que fiz pra ti e todos os poemas dos quais nunca te mostrei, nem se quer comentei tê-los escrito. É só abrir a porta e me deixar entrar. Tenho tantos rabiscos tortos que até a penumbra da noite se torna mais bela que eles, mas também tenho tantas outras coisas vivas; tenho a força de vontade e a garra de querer sempre melhorar; carrego no meu peito e na minha alma a intensa força pela vida e suas confusões. Me deixa te mostrar que eu ainda estou no teu peito e na tua alma, que tu ainda me tem dentro de ti. Que ainda existe um nós, que ainda somos nós...

"Eu queria, por um dia, conseguir mudar…
Deixar de ser errante, por um dia não andar.
Eu tenho uma ferida de cada lugar
Em que deixei guardada a solidão
E é por isso, minha linda, que eu não sei lidar
É muito mais do que meu peito pode suportar
Não quero sonhos com hora marcada pra acabar
Prefiro essas histórias imperfeitas pra contar".
 (E o resto é nada mais - Fresno)

domingo, 18 de novembro de 2012

Meu tudo


Avulsos

Por quanto tempo a gente para e analisa criticamente o que estamos fazendo? Será que existe, ainda agora, principalmente agora, essencialmente agora, algo que fale por nós? Algo que grite por nós? Algo que desabe por nós? A vida tem tomado proporções distintas nessa minha caminhada. Cheguei em certa etapa de exaustão, cansaço, falta de prazer e satisfação em fazer mínima coisa que seja. Vejo as pessoas se espalhando pelo território do mundo. Meus amigos se tornaram conhecidos. Minha vida se tornou - e se torna - cada vez mais imprevisível. Eu temo a saudade. Eu temo a dor. E estou temendo o amor. E o que me resta agora é escrever, nesse vago espaço de tempo entre o meu e o teu eu, descrevendo as sensações horripilantes a que me colocou para sentir, desistindo de uma caminhada que por muito tempo foi a minha vida, a minha história, a minha essência; sendo contrariamente obrigada a fechar mais um capítulo do meu livro sem nome, cuja história se baseia na confusão dos meus dias. O próximo parágrafo eu não sei, a próxima canção que tocará também. Mas posso dizer que sei que o fim chega para algumas coisas começarem, que um novo capítulo existirá e será ainda melhor. Agora eu vou correr sem olhar para trás, e vou me perder nessas bilhões de estrelas que um dia ainda hão de brilhar a minha vida, nesse céu azul me dispersando do que um dia eu fui. Serei eu, em outra vida, em outra história, em outro romance.

sábado, 17 de novembro de 2012

Farol

Apagou a luz do meu farol. O cais permanece desolado, quieto e angustiante. Tenho tido pesadelos quando durmo - quando durmo. E agora só vejo e revejo e observo o encontro das luzes do meu olhar solitário. Tenho tido dias difíceis, mas estou me conformando. É uma brisa que se desloca e a cada segundo tenho a impressão de estar um segundo a menos nessa vida, e me desespero por querer estar uns dois ou três ou quatro segundos a mais. Eu gosto de viver, só não gosto de amar, o que é, infelizmente, assustador para alguém como eu. Agora a luz veio me buscar e eu sei que estou pronta para ir. E eu sei que estou pronta. E eu sei.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Sem título 2

A gente se desfragmenta todos os dias. Tem pedaços de mim - de todos nós - em diversas partes da cidade. As pessoas não percebem, mas estamos constantemente nos desviando da vida, a deixando mofar com histórias empoeiradas passadas. E perdemos a chance, talvez a última delas, de juntar todos os fragmentos deixados para trás e reconstruí-los com nossas próprias mãos. A estrada que a gente tanto zelou fez com que a luz do sol pudesse nos cegar. Há tempos não saíamos do lugar, não enxergávamos o dia como ele realmente é sem as pretensões e expectativas desgastantes. E no lugar de onde saímos não tinha música que pudesse nos abalar, não tinha som que escutássemos que não soasse sincero e desafiador. A vida nos surpreende. E a gente se perde em cada uma dessas surpresas.

"Será que há alguém por aí?"

Sem título

Só consigo enxergar os papéis avulsos sobre a mesa. E nada mais. Não há nada que seja puramente previsível e, honestamente, ver os escombros e tentar fugir deles é pior do que rastejar até o cais. Nada faz sentido. E tudo permanece igual.