terça-feira, 13 de abril de 2010

As últimas palavras que eu escrevo pra você

Minhas frases são imensos textos sem fim, minhas canções soam como um soneto em teus ouvidos e as minhas letras se transformam em poesia diante do que tu vês. Tu já me deste tanto de ti, já sangraste por mim, já me escreveste a mais pura e singela das poesias de amor através apenas do teu olhar obscuro e indecifrável. E eu te ofereci apenas metade do infinito de palavras que cabe em mim. Fora as canções de amor, cujas melodias nunca coincidiram com a tua música. Eis que entro pra tua dança. Ora valsa, com aqueles olhares e sorrisos esbanjando sentimentos. Ora tango, com a sensualidade e demonstração física de um amor que não tinha fronteiras. A música parou. A dança acabou e nós nos sentamos, nos acomodamos. Notei grandes diferenças nos meus dias: começaram a ser mais cinzas e chuvosos perante a tua ausência. O que um dia foi poesia rica em rimas e palavras puras se tornou um texto sem parágrafo e incoerente. Preto e branco. É assim que eu enxergo as nossas fotografias agora, como aquelas fotos antigas que hoje eu olho e digo "nossa, eu era feliz e não sabia". Rasguei todas as cartas que eu te escrevi, pois todas essas palavras, sem que tu percebeste, era o meu amor por ti. Tu não o viu passar, apenas o sentiu. Como o vento que hoje leva as nossas dores e diferenças, deixando apenas restar as boas recordações da nossa linda história de amor.

São as minhas últimas palavras pra ti, C. Portanto, aproveite-as. Sem gratidão, sem rancor, sem perdão. Apenas o que restou de nós. Apenas o que restou dessa linda poesia que é recitada juntamente às várias e intermináveis canções de amor que eu escrevi pra ti. Apenas estas palavras.

Te esperarei em Santiago, se Deus quiser, e vai querer. Um amor assim merece uma despedida mais doce. Mais açúcar, por favor.

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