Paradoxos

 Tento me apegar ao que eles dizem que vai passar.

Vai passar, vai passar. Se repete constantemente na minha mente, mas dessa vez era como se eu soubesse que existem coisas mais complexas que o tempo não consegue explicar.

É natural do desenvolvimento de qualquer pessoa: a gente cresce querendo mais; a gente vai ascendendo na vida de uma forma que é considerada tão comum para uns, mas mal sabem que para outros é dolorido, angustiante e triste.

E quando a gente chega no patamar que a gente almejava, parece que nada mais faz sentido. Tudo se torna um grande problema sem muitas chances de resolver.

Me sinto um caco de vidro no chão, que ninguém junta, ninguém cola, porque sabe que vai quebrar de novo, e de novo e de novo.

E é tão louco pensar que eu estou exatamente onde queria estar há uns cinco anos atrás. Mas agora, com as asas que me deram, se torna cada vez mais difícil voar.

Queria evoluir nas palavras, nos sentidos, mas me coloco em uma junção de sentimentos abstratos, tentando entender como eu fiz pra chegar onde cheguei, dessa vez. Tentando entender como sair disso.

Me sinto amada e sortuda, porque sei que tem muita gente que acredita em mim. Mas ninguém vê minhas dores internas.

Estou sem tempo.