quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Quando eles dizem "adeus"

Na serração da noite, sentei-me ao lado teu num banco de praça como qualquer outro. Não havia mais ninguém lá, só nós dois. Estava tão escuro que mesmo com a serração tapando a nossa visão, podíamos observar as estrelas. O silêncio nos acobertava com uma sensação muito agradável, pois sabíamos que não haviam palavras o suficiente para dizer ali, naquele exato momento. Nos olhávamos com aquele olhar sem compromisso, simplesmente um olhar como qualquer outro. Tínhamos a certeza de que seria melhor assim, que não importasse o que acontecesse, as lembranças jamais seriam esquecidas. Você segurou a minha mão pela última vez, me beijou pela última vez e pela primeira vez me disse "adeus". Saiu de lá, caminhando sozinho pelas ruas vazias e escuras e sem o menor medo. E eu fiquei lá. Sozinha, sentada naquele banco de praça, olhando para as estrelas e implorando a elas que me tragam o amor da minha vida de novo. Mas ele não veio. Nunca mais voltou. Assim a vida é. Nós devemos nos submetermos a aceitar até as piores coisas do mundo e seguir em frente. Afinal, a vida foi feita para ser vivida, mesmo que seja contra a nossa vontade.

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