sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O ar

Eu entrava cuidadosamente para não fazer barulho. Abria a porta e finalmente meus olhos esboçavam uma felicidade jamais vista. Só em colocar o meu pé no mesmo ambiente que o seu já me faz a garota mais feliz do mundo. É algo tão simples para uns, algo que poucos conseguem sentir e expressar em palavras. Fechava a porta do seu quarto também cuidadosamente, sabendo que ela fazia um barulho mesmo com todo o cuidado do mundo. E você acordava. Olhava para o alto e assim, voltava a adormecer. Eu chegava mais perto para ouvir a sua respiração, o seu sussurro tão inocente, talvez nem percebendo que do seu lado estou eu, abraçando-o e sentindo o seu coração, sentindo o mesmo que sente por mim ao me ver. E ficava ali, com aquele pequeno respingo de respiração que me fazia feliz, que me fazia sonhar com um futuro mais próximo, com um fim de tarde com você sem que haja preocupações. E deitava ali, com o ouvido no seu peito, escutando seu doce coração que bate por mim.

(...) Ah, se soubesses do quanto eu aqui respiro o teu ar,
Eis que saberia que és tudo que eu preciso para respirar. (...)

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