sexta-feira, 24 de junho de 2011

Deixar passar

E se eu deixar que o teu roteiro não seja mais o meu
que tuas pálpebras se fechem ao perceber
que a tua ida não tenha passagem de volta
e que as minhas pupilas não brilham mais ao te ver?

E se eu deixar que o teu coração siga livre o caminho
que alguém o pegue no meio desse estrondoso destino
e que te faça esquecer do que você não quer esquecer
pois insiste em querer o que não sabe o que quer?

E se eu deixar que a saudade perfure as tuas veias
e exploda com teu sangue molhando os teus lençóis
encobertos de enredos e corpos esculturais quase nus
despencando o teu mundo em detalhes quase irreais?

E se eu deixar que o meu filme não passe mais na tua TV
e que excluam as minhas cenas para tu não mais ver
o que estes olhos incansavelmente querem mostrar
no decorrer do tempo que ficastes a pensar?

E se eu deixar, finalmente deixar passar
o tempo ruim e as tempestades catastróficas
que verteram água por trás dos meus e teus olhos
tu deixaria que eu deixasse passar ou passaria para ficar?

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