domingo, 21 de agosto de 2011

Entre aspas

Que bom que está tudo bem. Que estamos caminhando na estrada certa dessa vez. Que você se permitiu ser tocado por mim sem o ardor do sofrer, que como a própria palavra diz, termina em "dor". Que junção mais contraditória essa, não achas? O que antes era o meu ar, por motivos rudes ou não, pode simplesmente se tornar uma das minhas piores feridas - daquelas que qualquer pequeno "cutuque" já dói. E não é por ser sensível, não. É por sentir mesmo. É porque ainda se passa na pele o calafrio de sentir-me enganada, e as palavras ainda engasgam na minha garganta esperando apenas a hora certa para serem ditas. Não dói sempre, como eu estava falando. Só quando pisam nos meus pés ou tocam o meu coração diretamente no ponto mais fraco: você. Meus berros continuam ecoando nos teus ouvidos? Ainda enxerga os meus olhos desesperados à procura dos teus olhos marejados? Eu ainda o sinto, eu ainda o vejo, eu ainda o choro. E se quer saber, essa é a parte mais difícil, porque por mais que tu tente estar sempre presente, quando não está, o que fica presente em mim é o vazio que essa dor me trás. Aí eu tento trocar de lado na cama, interagir com alguém, brincar com a minha cadela... sei lá. Mas não funciona. O meu coração começa a palpitar com choros escondidos e finos. Na sequência vem aquele soluço de quem engoliu o que era pra sair. Fico com pena dele, mas sei que ele é forte e que vai aguentar isso, mesmo que "sozinho". Eu tinha algumas coisas a dizer à ele e por ele, mas ele não me deixa mais falar nada. Fecha aspas, meu caro, e vai viver o que é teu.

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