segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Adentro

Me vira do avesso, tira os meus pés do chão, puxa o meu cabelo, faz a minha respiração ficar cada vez mais ofegante, o meu corpo começar a suar, as minhas pernas começar a tremer, meus olhos só querem se fechar e fechar cada vez mais, meus lábios só desejam os teus, meus dentes mordem teu pescoço, e eu sussurro no teu ouvido, baixinho, baixinho que agora sim, dessa vez, o mundo pertence a nós. E assim é um pequeno detalhe da imensão dos poderes que você tem sobre mim. Tão grande que eu fui me dar por conta disso um bom tempo depois de perder o controle da minha vida e me entregar plenamente a ti. Nunca pensei que fosse voltar a sentir isso. Nunca pensei na possibilidade dessa dose aumentar. E aumentou, como um whisky dos mais caros que desce garganta abaixo, queimando minha faringe e após uns outros goles dessa mesma dose, me vejo obssecada por um produto único. Não se compra e não se rouba. Não se acha em lugar algum, exceto aqui, num cantinho do meu peito que eu destinei carinhosamente à ele. Me encontro num estado alucinógeno, completamente viciada em uma única droga: você. E fazia tempo, e fazia tempo - repito isso vagarosamente para mim, pois sim, fazia muito tempo que eu não me entregava para alguém dessa forma. É que me apetece sentir o teu corpo grudado ao meu abaixo de um céu onde quem nos ilumina não é mais o sol, e sim a lua. Me devora os segundos que eu penso em ti e não lhe tenho ao meu lado, pois me é como uma tortura ficar longe de você. Sinto a sua falta um milésimo de segundo depois de te ver. E sim, já estou sentindo a sua falta agora também. É que para mim, mais do que precisar, mais do que necessitar de uma pessoa só, é eu querer ter essa pessoa - independente de como - ao meu lado, sempre, a todo instante, pois não se saberá quando a lua que hoje nos ilumina noite adentro, cairá sobre as nossas cabeças, corpo adentro.

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