domingo, 30 de junho de 2013

Vinhetas

Eu tenho um blues na minha mão. As estrelas não estão mais no céu. Meu encanto é sereno. Meu semblante sorri. Meus "zóios" brilham. 

Olha só, guria, que estranha é a vida que me dizia que eu deveria seguir em frente e abraçar o mundo com os dedos cruzados, com um sorriso de orelha à orelha que eu não tinha. Desembarco num cais qualquer. O mar me lembrava muito a cor do céu que havia visto semana retrasada. A areia da praia é limpa, o vento era um extensivo meio da natureza propagador de memórias. Como quem não quer nada, eu sentei e fiquei avistando famílias unidas, cachorros correndo, árvores balançando, crianças brincando, casais sorrindo - até escurecer e eu avistar você. 

Como numa vinheta de filme antigo, não tinha pressa a minha calmaria te olhando, não tinha pressa de sair dali. E escute bem: se pudesse eu continuaria ali, na madrugada fria, só observando até e inclusive o jeito que tomas vodka. E continuo a pensar que talvez seja o teu jeito. E queria me limitar a pensar que poderia ser apenas o jeito que tomas vodka, mas não... 

Descanso os olhos, após muito observar. Percebo que tu ficas a analisar constantemente o céu, notando a falta de estrelas entre o vai e vem dos cometas. E a gente acaba olhando juntas, pro mesmo céu, com o mesmo pensamento questionador e crítico. E percebo, ainda, que a música que a gente escuta é menos linda que os teus olhos e a tua cor; que tudo o que escreves tem sentido e vazão ao que tu és. 

Acho graça que eu desacreditei no amor; que eu olhava no espelho e não via nada mais que uma pessoa qualquer. Agora sigo o sol. Bem sabemos onde tudo vai parar. Já não tenho medo, nem pressa, nem ansiedade. Agora eu tenho uma estrela na minha mão e vou mantê-la acesa até quando me permitires.

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