domingo, 29 de maio de 2011

O que somos?

Na medida em que me descubro cada vez mais mortal, sensível e frágil, me perco. Tudo isso porque nessa minha pequena cabeça há inúmeras ideias e conclusões criadas. E nesse meu pequeno coração há uma vida inteira de pessoas e coisas que eu amo e quero perto de mim. Por isso que é difícil a morte. Por isso que é difícil olharmos no espelho e admitirmos que iremos virar pó. Porque não queremos perder tudo o que existe dentro de nós. Porque não queremos que, assim como nós, as pessoas que amamos e as coisas que gostamos virem pó também. E, me aprofundando ainda mais nesse assunto, tentamos encontrar respostas ou fingimos ser meros imortais. Estamos sempre em busca de uma justificativa eficaz ou de um roteiro mais claro pra esse filme meio-termo. O diretor dele somos nós, isso é óbvio. Diretor, personagem, editor de vídeo, editor de aúdio, dentre outras funções. Somos completos nesse estúdio. Somos perfeitos atores e autores. E talvez até um pouco mais do que isso: somos vítimas e os próprios causadores da dor. Reclamamos, obedecemos, solucionamos. Somos mães, pais, filhos, netos, bis-netos, amigos, irmãos. Somos namorados (as), maridos, esposas, amantes. Somos filhos-da-puta, idiotas, egocêntricos, egoístas. Somos vagabundos ou grandes. Somos tudo e nada. Mas, antes de qualquer outra coisa, somos nós: eu, tu, ele. Exatamente as três pessoas do singular. Cheias de marcas, dores, problemas, memórias, histórias pra contar. Coisas que talvez nem se passem na cabeça dos outros. Assim como não passou pela sua cabeça que você iria ler esse texto (ou não) de uma adolescente revoltada e meio filosófica nas horas vagas. Pois é. Faz parte.

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