terça-feira, 16 de agosto de 2011

Naquela casa antiga...

Lembro-me perfeitamente dos móveis destruídos pelo passar dos dias, das paredes mal-pintadas, mofadas e descascadas, do violão anos 80 pendurado numa dessas paredes, dos livros sobre conhecimentos gerais no centro da estante que já não se equilibrava direito, do chão incerto que estremecia a cada pisada e dos quadros com rostos familiares a qual pertenciam a pessoas relativamente felizes. Não pude esquecer um sequer detalhe, mesmo que eu não tenha falado do vaso de flor que não tinha flor e que há anos ficava em cima da mesa com um trilho bordado abaixo. Mas isso não importa. O que realmente importa foram as lembranças que ficaram instaladas nessas paredes desgastadas e nesse velho chão que já fora pisado por outros grandiosos sapatos. As marcas do tempo passado se espalharam nos rostos e olhares, a cada escolha bem feita, por entre o peito de quem ousa falar em eternidade. E mãos se separaram numa distância de dimensões completamente brilhantes e pacíficas, amadurecendo os frutos que estavam imaturos e expandindo uma nova esperança céu afora. Foram tantas lembranças naquela casa antiga, tantas vidas escutadas por vozes serenas, tantas rugas desmanchadas para tudo, no final (que na verdade é só começo), - virar pó.

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