sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Embaixo d'água

Tranquei a respiração devagar. Fiz com que meus pulmões aguentassem o bombardeio de ar que estava por ir. No meio dessa confusão aleatória, me vi transbordar na margem do rio, já desmaiada e sem ninguém a me esperar. Foi quando o dia parou antes mesmo de eu perceber; quando me vi flutuar numa água que não existia de tão pura e irreal. As cores se perdiam no meio da minha cabeça. Eu só conseguia escutar os batimentos descompassados do meu coração. Minha pele pingava suor em câmera lenta. E o rio que estava ali sumiu. De repente tudo ficou embaçado e meus olhos mudavam constantemente de cor. Era como se eu estivesse saindo do meu próprio corpo e tentando, de alguma forma, me encaixar no corpo de um outro alguém. Não consegui. Comecei a esbravajar a loucura e os berros que eu guardava em mim. Não vi mais nada. Acordei. E acho que tive um orgasmo.

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