sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sobre estradas


Persegui a felicidade como policiais que perseguem fugitivos. E não caí nessas ruas tortas e cheias de armadilhas. Pelo contrário, me vi sobrevoando carros e ultrapassando vidas que eu poderia ter segurado aos meus dedos. Mas não foi fácil. Perseguir a felicidade pode ser mais difícil do que pensamos, porque além de não termos razões ou sentidos para que isto aconteça, não sabemos – em hipótese alguma – aonde vamos chegar. Talvez seja por isso que eu continuei nessa luta. Por amor ao desconhecido, ao desafiador senhor do tempo, aos caminhos errôneos e tortuosos. Sem contar as tralhas que me vi juntar por esta estrada, às emoções que carreguei comigo ao cruzar em rodoviárias e aeroportos, vendo pessoas se separarem, se despedirem dizendo não mais um simples “tchau”, mas um “adeus” frio e já, por fim, distante. São míseros detalhes que neste caminho até a felicidade podem nos trazer grandes descobertas sobre nós mesmos, podendo até nos encaixar em outros mistérios. Embora soubéssemos de tudo isso, continuamos errando. Tentamos e tentamos - inúmeras vezes – procurar a felicidade em becos sem saída, olhos sem cor, arco-íris em preto e branco – sem percebermos sequer que algumas estradas não possuem voltas. E, além do mais, tentamos atalhar entre outras vidas, usando as pessoas como bandaid no coração e nas cicatrizes abertas. Completamente errados - loucos! Devemos seguir a rota completa, sem usar de nenhuma parada de ônibus como desculpa para sair do mapa, e, então, mesmo que demore o tempo que for, seguir o caminho, sem pular nenhum passo. Isso sim é o que me move a ir além do que me permitirem; a buscar, mesmo que eu jamais encontre, sabendo que em algum lugar vai haver o que se quer, o que se tanto procura. “E então, só assim, poderei ser feliz... bem feliz”, como já diria a canção. E prometo me embalar em uma dança sem fim, para que eu possa, sem temor algum, viver em paz, da mesma forma que vivo agora.

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