O ar doce persistia na minha mente. E não só nela: no meu coração também. Cansada, eu juntava as pétalas de rosa caídas ao chão, seguindo uma trilha até então desconhecida. O medo não estava presente e nem o sentimento de obscuridade por não saber aonde eu iria chegar. Muito pelo contrário: a curiosidade era o que amenizava a minha dor, que de tão doída que estava eu já não sentia mais nada. No vai-e-vem desse percurso, me descobri mais forte do que imaginava; mais veloz do que qualquer outro animal; mais pura e persistente ao que eu queria. Foi quando cheguei ao topo da montanha e a primeira coisa que fiz foi segurar com muita força a última pétala que encontrara. Nesse momento, o mundo, aos olhos mais grandiosos e excitantes, começou a rodopiar em roda da minha cabeça. Eu só conseguia enxergar as nuvens em perfeita sintonia. Devo ter desmaiado ou coisa assim, ou talvez devessem ter sido as pétalas da rosa que me fizeram ficar alienada, não sei. Mas de alguma forma esse momento me fez perceber a magia de viver intensamente, com quem for, com o que se queira ou sonha. E acredite: não existe mágica mais forte do que essa. Passei a acreditar mais nas pessoas, valorizar os momentos, dar importância ao amor, em especial, aos suspiros poéticos e ardentes agindo ao meu corpo. Completamente sóbria e estável. Não arrependida, não sozinha, não feia, não mal. Vários não as coisas que perturbavam minha mente e levavam meu coração para o lado da confusão. Vários não e um só brinde: ao sim que eu dei para mim.
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