segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tempos chuvosos

Não, não quero perder tudo isso. E acredite: eu estaria mentindo se não dissesse todos os dias em sonetos inacabados ou tentativas desastrosas de criar uma poesia que chegue ao alcance dos teus olhos o quanto me arde no peito, no corpo, na cabeça pensar em um possível "adeus", mesmo que ele esteja distante de nós agora. E então tento repreender meus pensamentos nas incríveis e por mais banais que tenham sido algumas delas, - as histórias foram lindas. As que eu e você vivemos constantemente. As que construímos e planejamos no papel tão mal desenhadas, rabiscos tortos e muitos rascunhos. No nosso dossiê tem até fechaduras nas mãos, brigas seguidas de beijos e choros seguidos de risadas enlouquecidas. Nada que o brilho dos nossos olhos não exaltasse nos nossos lábios. Nada que possa ser explicado. Nada que foi e é muito. Um muito que é tão pouco e tão belo. Que fica subentendido nas entrelinhas da música que não toca no rádio, mas sim no coração. Na alma perfurada por inúmeras tempestades que quase sempre terminaram em arco-íris. E nas que não terminaram também foram bonitas - pelo menos foram canções que serviram para embalar corações de outrem. Nos tempos chuvosos, cuja chuva foi tão fria no verão e tão quente no inverno. Chuva esta que molhou meu corpo inteiro e a única toalha que se pôs a me secar foi você. Que também foi meu cobertor, travesseiro, meu ombro amigo. E continua sendo até nos tempos onde o sol queima muito mais que fogo. Onde o meu fogo não te queima, te abastece. Onde o teu fogo ilumina meus dias escuros e as minhas noites se tornam claras quando durmo ao teu lado. Não, eu não vou embarcar em nenhum trem, nenhum ônibus. Eu não vou ir a lugar algum, desde que me prometas que você não vá também. Te proibido de fugir de mim e de me esquecer também, meu amor. Mesmo que eu saiba que seja difícil, tanto nos tempos chuvosos quanto nos tempos onde o sol é nossa fonte de brilho. Mesmo que eu simplesmente saiba o quanto cada uma das sete cores do arco-íris foi capaz de me transparecer. Mesmo que tudo que eu transcreva não seja entendido. Eu sei, eu sei. E o meu saber basta.

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