sábado, 29 de setembro de 2012

Metástase

Talvez eu realmente tenha perdido aquele ar doce, meio distorcido e acumulado de tesão ou seja lá o que for. Eu sei que algumas coisas vão embora, outras ficam, e mesmo assim ainda não há conformidade. Não fui feita para contrariar os princípios da vida, sequer para contrariar os meus próprios princípios. Seja lá o que for que nos importe agora, não há nada que me importe, não há nada que me comova. Talvez eu realmente tenha perdido alguma coisa. Talvez só agora, depois de tudo, eu consiga falar, mas sabes, assim como perdi também me sinto perdida, compreende? E essa perdição não pode ser justificada pelas ações do vento, do mar, da vida. Não posso culpá-la por estar perdida. E também não posso culpar você porque também se perdeu comigo. Enfim, somos alvos (e continuamos sendo) da contradição, da garra, do dever não cumprido. Isso soa tanto como uma metástase agora. Soa como uma doença não tratada devidamente se espalhando por nossos corpos nus, deteriorando quaisquer elementos que percorram nosso sangue, acabando com a vida celular, multiplicando nossos genes. Como uma doença auto-imune. Como um apocalipse dentro de nós. É o que parece.

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