quarta-feira, 7 de julho de 2010

2:45 am

Tua voz serena que penetra no meu pensamento. E me ganha. Toda vez que gritas o "eu te amo" mais eufórico da face da Terra, ah, face! Tão singela com olhar de criança. Cada traço teu que te transforma no que tu és, que te completa e me completa. Eu sou cada traço desenhado à caneta de ti. Cada rabisco que não pode ser apagado. Eu posso ter sido o maior dos teus erros, mas sei que sou o mais belo dos teus defeitos. E aquele velho violão, pindurado no canto do teu quarto, pronto para ser tocado, é como a tua pele à minha espera. É como se você estivesse esperando por mim, hoje, agora, 2:45 da madrugada. Me esperando para sentar do teu lado na tua cama, para tocar o teu cabelo e tocar a tua alma. Me esperando para que amanhã tu possa acordar, abrir os olhos e ver nos meus olhos o teu reflexo, os teus olhos fechados arrecém abrindo, para que tu possa ver o pôr-do-sol, o azul do céu. Tu queres que eu deixe o meu rastro nos teus lençóis. O meu perfume que é reconhecido de longe por ti. E eu deslizo no teu pensamento, caio no teu coração. E eu tento entrar dentro dele, não percebendo o quão fundo foi o buraco que eu cavei. Estou aqui! Estou aqui! Grito eu para que tu me ouças. Não se perca de mim, não se perca. Não quero ter que ir dormir as 2:45 da manhã sem antes poder olhar nos teus olhos cor de mel, sentir o gosto do teu beijo e apreciar a tua pele de criança, dizendo-lhe palavras que duvidas de mim, mas que nunca saíram em vão da minha boca: eu estou aqui por você.

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