terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O céu

Eu costumava ouvir coisas sobre o céu. E dentre essas tantas coisas que eu ouvia, presenciei já muitas pessoas fazendo promessas à ele, como se houvesse alguma coisa atrás daquele infinito manto azul. Nunca entendia nada, afinal, eu era apenas uma criança inocente que não tinha ideia do que estava fazendo dentro desse globo da morte. E foi então que eu comecei a questionar meus pais sobre a vida. "Isso é muito complicado para você", a frase que eu mais ouvia. Resolvi com bastante determinação e dedicação, entender o que havia por de trás da transparência do céu, da noite, do dia, da luz, da escuridão e até mesmo da chuva. Não sei se alguém já percebeu isso, mas as crianças são bem mais determinadas do que os adultos. Digo isso porque pelo menos eu era. Elas não tinham uma vida pra perder tomando alguma decisão errada. Elas não tinham decisões a fazer. E eu me decidi. Peguei alguns óculos do meu pai e, inocentemente, comecei a analisar o céu. Eu achava que usando aqueles óculos com os graus grandes e precisos, eu iria enxergar o que não se pode ver apenas com os olhos. Futilidade. Perca de tempo. I-di-o-ti-ce. É o que eu penso hoje a respeito disso. Certo, eu era apenas uma criança. Na realidade, o que não me conformo mesmo é de me questionar sobre o céu. Justo o céu. É uma coisa óbvia. No céu não encontramos nenhum Senhor, nenhum Deus, nenhum Zeus. No céu só há estrelas, nuvens e luz. E se a luz for o Senhor, isso eu também não sei e, honestamente, não preciso saber. Cansei de dúvidas intactas e perguntas não correspondidas. Chega de pensar daonde eu vim, pra onde irei, qual é a minha missão. Isso não existe e só vai existir quando não houver mais nenhuma pergunta para subestimar a tal existência. Que comece essa nova fase, tentando ser o que eu quero ser e não o que eu devo ser.

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