quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Tempos de escola

Não tenho do que reclamar a respeito do meu Ensino Fundamental. Apesar da troca de escolas espontaneamente, eu conheci muita gente legal. No Fulano, escola por onde estudei até a 4ª série, vejo pessoas que foram meus colegas no pré e que hoje ainda se lembram de mim. Lembro-me perfeitamente da primeira vez que eu colei em uma prova de geografia. Minha colega estava ao meu lado, porém, na outra fila, e havia um pote de lanches dela embaixo da classe. Eu, bem discretamente, a pedi um bolo. Todo mundo ouviu, até a professora. Ela, mais discretamente ainda, colocou um papel dentro do pote de lanche e me deu. Eu, mais discretamente possível, abri o pote de lanche, peguei o papel, fechei o pote de lanche, pedi a resposta da questão que eu estava com dúvida e a devolvi. Em seguida, ela me devolve novamente o pote de lanche. Eu já estava aflita, pois a professora não parava de nos cuidar. Abri o pote de lanche, a espera da única resposta que eu precisava para gabaritar a prova, mas, me deparo com um “não sei nada” no bilhete. A minha vontade foi de pegar o pote de lanche e atirar na cabeça da minha colega. Mas, tudo bem. Hoje a vejo na rua, dou “oi”, ela me devolve o “oi”, a gente conversa até. Mas tenho certeza que ela não se lembra dessa história. Passou um ano e eu fui estudar no Cliclano. Eu ainda era inocente e criança o bastante para, logo de chegada, excluir alguma aluna. Mas, isso não foi nada ainda. O Ciclano foi a legítima escola em que eu conheci as pessoas mais legais da minha vida. Aprendi a colar direito, sem precisar de nenhum pote de lanche. Aprendi também a estudar. No Fulano eu não tinha esse hábito, mas o Cliclano me incentivou muito, principalmente na leitura. Eu nunca gostei de ler, mas hoje eu tenho paixão. Tenho muitas histórias significativas do Cliclano, porque como nós éramos um grupinho bem anormal, aprontamos muitas. Sempre que eu me lembro de minha colega e eu matando aula na própria escola, pra lá e pra cá, banheiro, pracinha, até numa moita que tem lá na frente da escola – eu dou muita risada. São histórias e momentos que vou levar para a vida inteira. Ah... Eu que tanto quero trabalhar, me formar, mas ao mesmo tempo quero ficar criança pelo resto da minha vida.

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