segunda-feira, 13 de junho de 2011

Placenta

Queria um colo, um beijo, um abraço ou sentar na beira de um rio
E talvez, mais do que isso, apenas uma sopa em um dia frio
Daquelas bem cheirosas, com cenoura e legumes que eu tanto amo
E que você, mais que ninguém, sabe dos meus gostos e arreganhos

No vendaval dos meus dias, mesmo com a minha fúria
Era o seu instinto que compreendia à sua ternura
Comovia-me com o seu apego e total confiança
Que declara mesmo nos dias que a gente "dança"

Na infância era o seu colo que me confortava
Principalmente quando nas brincadeiras, me machucava
Mas mesmo assim eu seguia sorridente
Herança que eu herdei de ti claramente

Ainda penso nas suas gritarias quando eu não acordava
E nas suas gritarias quando eu acordava, e ali ficava
E nas suas gritarias quando eu esperneava e incomodava
Mas que falta, as suas gritarias não fazem para dar uma animada!

Mas te vais ao pão da casa colocar
E se não ficas, é pelo bem de quem aqui fica a te esperar
Para que a placenta continue com sua forma figurada
Que nós continuaremos aqui, com nossa forma idealizada.

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