terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Chamas

sonhos ásperos sem acentos
a vírgula que brisa nas minhas veias
o sangue correndo corpo adentro
acendo um cigarro de amor pra manter a vela acesa

fumaça que corre como um torpedo
que desliza nos muros de pedra dos teus olhos
e incendeia o mármore dos nossos enredos
estuprando o suspirar dos nossos trambolhos

a vida sapateando num chão de cinzas
o show que gostamos tanto de ver
esculpindo um céu de estrelas finas
fogueira onde a chama faz parte do meu ser.

2 comentários:

  1. Muito bom poema. Gostei especialmente do verso:
    "nos muros de pedra dos teus olhos". Infelizmente sei bem o que é isso...
    Apareça no blog. Tb vou seguir vc!
    Abraço!

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  2. Demência 43

    Voava sem asas pelo infinito
    Conhecendo estrelas,
    Visitando galáxias,
    Invadindo o universo.

    De sobressalto acordei em uma ilha
    Cercada pelo mar azul.
    Eu estava só, sem ninguém!
    Um órfão perdido no meio do nada.

    Adormeci com o espetáculo do entardecer
    E acordei com o hálito frio da manhã.
    Não havia pássaros e nem peixes
    O que houve por aqui?

    Sentei e meditei.
    Meus olhos dirigiram-se para algumas pegadas
    Que iam em direção ao mar...
    O que quer que tenha saído
    Desistiu de continuar.

    Por certo levou notícias
    De um mundo outrora belo,
    Mas que por descuido e negligência
    Não sobreviveu ao próprio flagelo.

    Quis retornar às estrelas,
    Mas não pude.
    Acordei de um sonho
    No pior dos pesadelos:
    A raça humana deixara de existir!


    Agamenon Troyan é escritor e poeta mineiro, auto do livro O ANJO E A TEMPESTADE

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