domingo, 28 de abril de 2013

Das minhas e tuas e nossas emoções

Eu cochilava no aguardo de um sonho qualquer. Despertava vez em quando, pra ver se ainda estava ali. Nos dias de frio ou chuva, teu cuidado era meu refúgio, teu abraço era minha proteção. E agora, para onde foram as emoções de outrora? Onde foram parar teus pensamentos esquecidos? Veja só, o céu está cinzento e eu estou sozinha, mergulhada nesse vazio regado pelas flores da lembrança. Confundo os meus passos com o da solidão e confundo tantas outras coisas com as tuas facetas. E acabo sempre voltando pros dias chuvosos, desembarcando no meu cais qualquer mínima lembrança do som da tua voz, do teu choro de criança, até dos teus sussurros serenos que me diziam tanto e não me diziam nada. (...)

Veja só, eu deixei de estar aqui para estar aí e tu nem percebes. E deixei tantas outras coisas empilhadas no canto do teu quarto só para ver se lembras, se ainda pensas em mim. Quando surge o sol e eu abro a janela, a luz que cega os meus olhos ainda é a mesma que te cega? 

Veja só, estou mais calma, sonolenta, cansada - desisti, viu? Agora podes ir. Vá tomar teu café da tarde ou fazer qualquer outra coisa, mas não voltes para me questionar de quem foi o erro ou porque demorei tanto para despejar essas palavras sem sentido.

Vou indo com o peito apertado, a voz já rouca de tanto gritar. É até engraçado ver o quanto eu vou, vou, vou, mas sempre acabo retrocedendo às mesmas histórias. E acabo sempre voltando pros dias ensolarados, naquela praça calma, velhinhos jogando xadrez ao nosso lado, teus cabelos presos como o nosso primeiro abraço, teus olhos despejando carinho como nosso primeiro beijo. Mas para onde mesmo vão parar as emoções de outrora?

2 comentários:

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