quarta-feira, 12 de junho de 2013

E eu quis tanto ser o texto dela

De todas as minhas vidas, de todos os meus amores, eu queria ser o texto dela. De todas as palavras não ditas, frases mal expressadas, dizeres sem sentido - caramba, eu quis tanto ser o texto dela! Esse é o meu momento desprezível. Essa é a minha mágoa não transcrita, nem dita, nem chorada. Esse é o meu inferno pessoal, minha falta de coesão, minha autopiedade. Essa sou eu, e esse não é o texto dela. De todas as luas cheias, de todos os mares azulados, em todo cais que eu passei, eu quis tanto passar na tua rua, me encostar na sombra da tua árvore e te dizer que faço parte do teu texto, que me esquivo com as tuas palavras, que não sossego sem pensar nos teus pronomes, nos teus tantos nomes. 

E eu volto, volto, volto e não saio de lugar algum. E eu penso, repenso e despenso - e continuo aqui, querendo fazer parte do texto dela, das frases, dos trechos, dos cantos...

2 comentários:

  1. Tomar no seu cuzinho escrevendo bem assim, hein?

    Lindo o texto! O texto que não é dela... Apertou minha garganta.

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    Respostas
    1. Ptcho! Não fala palavrão aqui, moça. Deixa isso pra nóise à sóis. hahahaha
      Obrigada, frô! Me inspiro em quem escreve também. Que isso seja uma bela duma indireta. Beijos!

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