terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Rehab

Eu só queria passar por aquela porta que dizem ter luz do outro lado, sabe? Queria encontrar um rumo pro meu coração ferrado, que cessasse a dor do rompimento, que bifurcasse cada veia e cada artéria, milimetricamente calculado, para fora do meu corpo - esse corpo que tão meu que és, se arrepende amargamente de um dia ter sido tocado com gestos tão descontentes e agonizantes de amor. Esse corpo que hoje exala o enxofre e o odor mais podre já visto antes, porque apodreceu aquilo que deveria ter sido o farol mais bonito de encontro das luzes com as águas. Hoje me pego pensando que dói demais não saber dos meus dias, mas que dói mais ainda não conseguir me ver nos próximos dias em pé. Eu tenho andado de bar em bar, remoendo e gastando o pouco que me resta em vida, pra ver se em algum lugar eu encontro o infinito. Eu tenho buscado pela paz do meu espírito e da minha mente, mas se me pego sozinha, percebo que não tenho mais a mim, que não tenho mais quem eu fui. Para onde eu deveria correr? Que asfalto imaginário eu deveria caminhar? Quem foi que me fez assim?

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