O infinito é sempre o infinito.
Nele a gente canta, dança e corre rua afora. Mas a gente não
se sente se não for só a dois. E apenas.
O infinito é um caos que esquecemos dentro de nós; que
adormece, berra, chora, querendo sair. Nele cabem três vidas inteiras, uma
penteadeira, meu coração. Cabe qualquer coisa, qualquer rima, qualquer faísca,
qualquer solidão.
Um infinito é sempre UM infinito.
E a gente o vive desde sempre: do primeiro passo até o pai
ou a mãe, do primeiro sorriso até a última palavra enquanto vivos. Mas morrer
não significa que o infinito tenha acabado.
Partindo da premissa que infinito não tem fim, sabemos que a morte é só
um transporte de energia em que a nossa alma se solidifica em algum outro
mundo.
O infinito é aqui. Nele cabe muita coisa, embora a gente
saiba que das três vidas inteiras, uma já se foi.