quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

E eu espero

Nasci a um pouco mais de 15 anos atrás. Diziam que eu era uma grande criança que adorava brincar de boneca e falar sozinha. Diziam tantas coisas sobre mim. Não era muito arteira, não era muito chata, não era muito fresca. Cresci aprendendo o certo e o errado na marra, na surra mesmo. E aprendi, entre troncos e barrancos. Não lembro-me muito bem de como foi ocorrendo essa transição de criança para adolescente, mas sei que não demorou muito. Na verdade, pra mim tudo sempre foi tão rápido. Parece que eu nasci antes de ontem, cresci ontem, e hoje estou aqui. Talvez eu não tenha aproveitado tanto a minha pequena infância. Talvez eu só tenha desfrutado de momentos como os jogos de futebol na esquina com os garotos da minha rua, a primeira vez que eu aprendi a andar de bicicleta, a primeira vez que eu escrevi meu nome na escola e alguns sorrisos trocados, algumas poucas palavras inocentes. A infância sempre foi tão linda. As descobertas também. Os anos passando, a vida correndo... As borboletas e o azul do céu. Os abraços e beijos de pessoas que já se foram. Falando nisso, lembrei de alguém que eu costumava ir tomar chimarrão principalmente nos dias frios desse glorioso inverno do Sul. Creio que esta pessoa ainda olha pra mim - mesmo que lá de cima - com o mesmo olhar de quando eu era criança. Lembrei também, casualmente de outra pessoa, porém esta ainda se encontra nessa dimensão. Eu costumava ir na casa dela para brincar com o seu neto, meu melhor amigo na época. Acho que é uma das poucas e belas pessoas que me quer bem. Fez parte da minha vida e conquistou em mim uma incrível admiração. A gente nunca costuma lembrar dessas pessoas no dia-a-dia, mas sempre é bom vasculhar o nosso livro de memórias. Ah, foram tantas pessoas. Ah, foram tantas poesias, músicas, olhares, filmes, vidas. Foram tantas vidas, sim. A gente tem inúmeras vidas, se formos analisar. A nossa, a de nossos amigos, a de nossos familiares, a de tantas pessoas que nos importamos. Somos a vida de tanta gente, mas não somos de ninguém. Há um tempo atrás, se eu existisse e dissesse tudo o que eu penso sobre o mundo na época, certamente seria sacrificada e idolatrada pela maioria da população. Há um tempo atrás, se eu dissesse que eu era a vida das pessoas, elas iriam rir da minha cara. Iriam ironicamente rir. Porque ninguém aceitava ser a vida de ninguém. Ninguém aceitava amar alguém. Tudo era feito com algum propósito maior, alguma segunda intenção. Hoje não. Hoje eu falo de amor, sofro preconceito por isso, mas nem assim conseguem me calar. Hoje eu ouço Fresno, canto e idolatro suas músicas e digo e repito: são os caras mais fodas da minha vida. Hoje eu faço o que eu quero. Eu sorrio a hora que me der vontade de sorrir. Eu amo quem meu coração permitir, não distinguindo raça, cor e até mesmo sexo. Hoje eu sou mais feliz por ser quem eu posso ser. Por ter a minha vida e a de mais ninguém. Por fazer alguém sorrir também. Hoje eu vivo. Sem tirar nem por. Viver é algo que poucos conseguem fazer e por isso dou graças ao Cara lá de cima por ter aprendido a viver depois de um ano horroroso que se passou. Foi-se embora o pior ano da minha vida e eu sobrevivi. Tem conquista maior do que ultrapassar mais um ano?

E eu espero o próximo. Eu vou viver mais.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Passageiro

Somos passageiros de viagens sem destino algum. Tentamos, corremos, buscamos chegar em algum lugar, algum paraíso. E às vezes de tanto procurar, nada encontramos. Talvez eu tenha tido um dos piores anos da minha vida - se não o pior - e de tanto estar nesse "pior" das coisas, não compensa eu não tentar mudar. Crescer, crescer. A vida corre e eu estou parada. Os dias passam e eu continuo parada. Parada, parada.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

No gosto da chuva

Em cada pétala caída
Daquele ditado de "bem me quer"
Chorou ela ao ver a desgraça
Que seu amor perdeu a fé

Perambulando pelas ruas vazias
No gosto da chuva se entregou por inteira
- Relembrou, relembrou
Da sua eterna infância de amor

Voando no céu da imaginação
No gosto da luz se entregou por inteira
- Relembrou, relembrou
Do sorriso de criança faceira.



quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O solitário - 1ª parte

Diego Alves, 19 anos, solteiro e órfão.
Ele podia ter amado mais. Sorrido mais. Podia ter respeitado mais. Podia ter feito tantas coisas a mais, mas nunca hesitou em ultrapassar o limite do tempo. Estava sempre com a cabeça voando. Viajava milhas e milhas sem sair do lugar e o mais interessante nisso tudo é que ele não sabia disso.

Queira ele ou não, a vida lhe tirou seu pai e sua mãe, o levou da pequena cidadezinha de Jacarezinho para o imenso mundo de Porto Alegre. E, para completar o ciclo da vida, o tornou um jovem escritor solitário preso num universo de recordações que ele nunca viveu, de emoções que ele nunca sentiu.

- 12 de outubro de 1995 -
Dia da criança. Ganhou seu quarto presente repetido. O mesmo de sempre: um livro de anotações. Não sabia escrever ainda, por isso desenhava tudo que imaginava e até o que não conseguia expressar. Ainda guarda seus velhos desenhos cujo destaque era o sombreado das coisas. Este dia foi completamente especial. Não por ter sido o dia da criança e muito menos por Diego ter ganhado pela quarta vez repetida o mesmo presente, mas porque a gente nunca esquece de abraços, beijos, carinhos quando tudo está perdido. O tal carinho foi dado por um velho chamado Hugo. Ninguém sabe até hoje de onde ele saiu, a única coisa que se sabe é que ele era um grande um homem. Hugo se aproximou de Diego e lhe deu um forte abraço. Diego ainda era uma criança para entender o que ele quis dizer com este "forte abraço", por isso achava que era alguma coisa haver com a data. O velho persistiu no forte abraço e lhe disse algo no ouvido soando como "viverás mais, amarás mais". Quatro anos depois, Diego lembra-se perfeitamente desta época horrível de sua vida e também do velho Hugo, que ele julgava ter sido seu "pai por um dia".

Continua.


Sobrevivendo

As coisas se perdem. E as pessoas também. Vivemos lutando contra todos os maus que nos atingem. Vivemos tentando ser alguém melhor subestimando os outros. Vivemos apenas por viver, sem dar valor a nada, sem chegar a lugar algum. Eu sobrevivo. Não "sobreviver" de estar conseguindo me manter viver, mas "sobreviver" de estar vivendo além das coisas, além do amanhã. O "sobre" de viver já diz tudo, já reflete o meu estado espiritual. Talvez eu esteja apenas no estágio "filhote" das coisas: com a curiosidade à flor da pele, arriscando tudo o que eu tenho. E até o que eu não tenho. Até o que eu nunca tive. As coisas se perdem. As pessoas mais ainda. As pessoas se perdem nas coisas. As pessoas se perdem nas pessoas. Algumas se perdem por pouco tempo, outras se perdem até o último dia de vida. Há perda de sangue, perda de laços, perda de amor. Há perda de tudo nessa vida. Nessa vida tudo se perde. E não basta tentar consertar tudo que se vê pela frente. Não basta acordar e dizer "eu irei mudar". Nada basta quando tudo está despedaçado. Quero dizer, apenas uma coisa basta: sobreviver. Além das coisas. Além das pessoas. Além do tempo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sobre viver

Algum medo? Poucas respostas. Me admira ver o quão o ser humano se contradiz no jogo de atos e palavras. Não condiz amar tanto a vida e jogar lixo no chão. Não condiz gostar de animais, mas só alimentá-los quando se lembrar. Não condiz gostar das palavras, mas permanecer em silêncio. Não condiz amar alguém, mas o machucá-lo. Na verdade, são poucas coisas que condizem com a realidade. Realidade é algo mútuo, verdade não. A verdade nos trás apenas aquilo que você acredita. A realidade, como o próprio nome diz, nos trás muito além do aceitável. Nos mostra até a mais improvável situação. E que preço tem viver? Muitas histórias, muitos ensinamentos, muitas pessoas, muitos abraços e beijos, muitas quedas, muitos amores, muitas paixões, muitos conflitos, muitos "muitos". E de tantos "muitos", há muitas perdas, muito lixo, muito rancor. Talvez se eu fosse citar todas as podridões desse mundo, me faltariam palavras. E é exatamente isso o que me incomoda: me incomodar, mas saber que eu não posso fazer nada para mudar as pessoas.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sobre a saudade

Saudade passa. Sentimentos também. E quando tudo isso esfria formando um bloco de gelo, não resta nó que não se desate, não resta mãos que não se soltem. O tal bloco de gelo o qual consumíamos a tanto tempo se desfez também. Alguma coisa sempre tem que ser levada. E ele levou tudo, até a dita cuja saudade. Já não sinto mais falta das tuas palavras de conforto, nem dos teus abraços sem fim. Talvez eu ainda sinta um respingo dos nossos instantes íntimos, mas é tão breve que nem o vejo passar sobre mim. Talvez eu não esteja sentindo nada. Por enquanto. Ainda. As coisas passam tão rápido sobre mim, as horas são eternas, mas ao mesmo tempo curtas e imediatas. Eu sinto a sua falta, mas ao mesmo tempo não sinto nada. E está tudo assim para mim. Antíteses sobre antíteses. E tudo continua na mesma.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Cada eu, cada você

Qualquer coisa que você faça na vida é insignificante, mas você precisa fazer. Dizia Gandhi, eternizando as suas palavras e versos em pensamentos soltos. A vida é tão intensa. Tão cheia de perdas e ganhos, regida por surpresas e mais surpresas. E nos acomodamos com toda essa loucura indesejável que sacia nossos momentos de adrenalina. Existem pessoas que vivem por viver, que deixam a vida passar em preto e branco não se importando nenhum pouco com nada que lhes aconteça. Outras pessoas vivem por amor à vida, por desejo e ânsia ao amanhã, ao depois, mas sempre intensificando o hoje, o agora. Então deixe seus cabelos voarem com o sopro do vento; deixe o rádio ecoar a voz que você deseja ouvir; deixe alguém lhe abraçar e dizer o quando ama você; deixe a chuva cair e molhar suas roupas e seu corpo nu e caloroso; deixe que alguém marque você suficientemente a ponto de você ficar com as suas marcas digitais. E se assim for? E se nada for? Simplesmente deixe. Porque às vezes precisamos deixar as coisas para que elas nos levem.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Me perco

Me perco na suavidade dos teus gestos
Na imensidão dos teus olhares
Nas tuas palavras escondidas, pequenas entrelinhas
No que me faz sonhar.

Me perco nos teus pensamentos soltos
No teu silêncio vazio obscuro
No toque da tua mão
No milésimo de segundo da tua boca

Me perco cada vez mais
Em cada rua que passo
Em cada vida que cruzo
Em cada olhar que me entrego.

E me perco cada vez mais
Em cada gota dessa chuva
E é de me perder assim
Que me encontro cada vez mais em ti.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mrs. Confusion

Exatamente isso. Mrs. confusion. Sem tirar nem pôr. Você encontra alguém e, após alguns dias de convivência e pensamentos soltos e frustantes, você o perde. Não percebes. Ainda está anestesiado por tê-lo encontrado. Ainda está anestesiado por saber que seu coração voltou a ativa novamente. Ainda está anestesiado e nem se quer sabe por quê. Você não vê? Você não vê o que há por trás dos meus olhos azuis e transparentes? Será que você não consegue ver o que eu realmente estou pensando sobre isso? Você é exatamente o tipo de pessoa que me encanta, me cativa, me leva junto para onde for. Você é exatamente o tipo de pessoa que mostra a coisa certa a fazer. E, por ser assim, é o tipo de pessoa que não me merece do lado. Eu não quero ter que te ferir. Eu não quero que ouça de minha boca algumas palavras frias, mas, entenda. Eu quero viver. Eu nunca senti tanta ânsia de viver como eu sinto agora. Eu quero me permitir. Eu quero me deixar levar pela correnteza. Eu quero simplesmente viver. É o meu momento. É a minha hora. E, desculpe-me, mas não irei perder isso por nada nesse mundo. Isso não é uma despedida. Isso não é nada. Nunca foi nada.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Deixa fluir

Gosto da tua companhia, gosto de rir com você e, mais do que isso, estar com você é um ato que faz eu me sentir absolutamente bem. Talvez o que mais me atraia em você seja esse seu jeito misterioso e de não fazer mal a ninguém. Talvez eu ainda esteja dentro de inúmeros "talvez" e indecisões injustificáveis, mas que eu preciso justificar porque faz parte de mim ser sensível e dar satisfações a quem já ocupou grande parte do meu coração. Ainda nas minhas palavras encontro o vazio perturbando-me, mas sabes, desde que viestes e tirastes do meu coração o lugar de outros, me fizeste ver e crer em muitas coisas que eu já havia perdido dentro de mim. Para ser mais clara: coloriu o que estava em branco. E, bem, você sabe, aqui dentro dói, aqui dentro chora, aqui dentro desmorona, aqui dentro faz e acontece com todo o meu corpo, com todo o meu calor, com toda a minha vida. E eu estava assim já fazia algum tempo. E eu permaneci assim durante muito tempo. Permaneci porque quis. Na verdade, a gente nunca escolhe a rua que cruza. E eu cruzei a sua rua. Fiquei. Conversei. Admirei. E essa admiração cresce dia após dia. Escondo por trás desse meu estranhamento toda uma vida que foi deixada para trás, mas que ainda hoje reflete os meus dias atuais e peço-te perdão por ter me tornardo tão indiferente ultimamente. Tu não tens culpa de nada, nem terás. A tua única culpa é de ocupar todos os espaços do meu pensamento.




terça-feira, 30 de novembro de 2010

Sobre as surpresas

A gente costuma correr atrás do que não nos pertence. Soamos demais e o nosso suor é a prova mais pura dessa corrida por emoções ainda não vividas. Caminhamos em outros mundos, buscamos outros rostos, outros gostos, outros amores... E talvez realmente seja isso: de tanto procurar, nada encontramos. Conversámos apenas algumas vezes e não era olho a olho, muito pelo contrário, tínhamos uma parede imensa na nossa frente que despercebidamente, eu olhava através dela e tentava não encontrar um motivo para não caminhar em sua direção. Não achava nada. Quando a gente não quer, a gente não acha. Pelo menos sempre foi assim comigo. E eu realmente não achei. Estava ciente disso. Estava ciente que não seria um caminho fácil, mas também nem tão difícil. Estava ciente que eu correria o risco de me machucar e de falar até demais nas poucas entrelinhas que aqui escrevo. Eu realmente tinha noção de como as coisas estavam acontecendo para mim. Mas segui. Com inúmeras vírgulas e poucos pontos finais. Eu segui. E de longe eu percebo os meus erros e tudo o que eu preciso mudar. É mais ou menos nisso que as pessoas tem que acreditar: nas voltas das coisas e nas surpresas que a vida nos dá de mão beijada, pois se formos parar para pensar, não há nada mais cativante nos caminhos que temos a seguir se não as surpresas que eles nos trazem.


segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Eu só queria começar algo e terminar, mas a minha vida é feita de vírgulas.

Eu sempre ficava enxergando as coisas passarem sobre mim atrás das paredes, das janelas, ou debaixo da minha cama, ou até em cima da minha cama, debaixo das cobertas. Não era medo, não era receio, não era nada. Era só falta de coragem de ir até lá e encarar tudo de frente. Ou talvez até uma certa insegurança em ouvir em tons mais altos tudo o que eu sou. Vestia roupas discretas para não chamar a atenção de ninguém, mas sempre havia alguma coisa além de tudo que fazia as pessoas olharem para mim. Eu não queria que enxergassem as minhas marcas, os meus medos, as minhas agonias. E eu até achava interessante que as pessoas passassem em branco na minha vida - e elas passavam, mas eu não passava em branco na vida delas. Eu sempre achei estranho esse mundo de inúmeras voltas. Eu sempre achei estranho viver e não ser nada.

sábado, 20 de novembro de 2010

À minha Vó

Três anos e parece que foi ontem que eu acordei e atendi o telefone. Três anos e parece que foi ontem que eu tive aquela reação. Três anos e parece que foi ontem que eu não quis acreditar no que estava acontecendo comigo. Três anos e parece que foi ontem que a minha vida mudou. Três anos e parece que foi ontem que eu sabia que não poderia fazer mais nada por você. Três anos e parece que foi ontem que você partiu, Vó. Essencial é uma palavra bonita, mas não expressa tamanha presença que você tem dentro de mim mesmo sem estar aqui. Aliás, não tem nada que expresse hoje a minha eterna dor. Parece que arrancaram um pedaço do meu corpo e eu sei que esse pedaço não pode ser consertado e não há nada que façam para ele voltar ao normal. Assim estou eu hoje. Seguindo em frente, como todos devem fazer, mas sempre com um pé atrás. Os caminhos não são tão fáceis assim, não. Eu sempre tento não pensar no pior, não pensar no que se foi, mas sim no que ficou, no que eu tenho que cuidar agora e, sinceramente, dói-me saber que você não vai estar aqui naqueles momentos onde tudo o que eu irei precisar é de um ombro familiar. Dói-me saber que você não vai estar aqui para me ver realizando meus sonhos e conquistando as minhas coisas com os meus méritos. Não há mais o que falar, Vó. A falta que você me faz aqui é tanta que até as palavras me faltam.

Sorrir, sempre.
Foi só uma das melhores coisas que eu herdei de ti.

Quando o sol bater na janela do seu quarto

Nós estamos sempre esperando por alguma coisa. O verdadeiro problema é que nunca sabemos o quê ou quem. Talvez eu ainda espere a minha vida inteira para ter uma boa história para contar, ou talvez eu não precise demorar tanto assim. Você apareceu exatamente na hora certa. Não necessariamente quando eu mais precisava de alguém, mas quando tudo o que eu menos esperava era ter você. E dizem que tudo o que menos esperamos é o que mais precisamos. E dizem tantas coisas sobre sentir que eu nem se quer falo mais nisso. Falava, no pretérito imperfeito mesmo. Despertou em mim uma coisa que não tem preço, que ninguém pode comprar ou tomar de alguém. Despertou um sorriso que vai de orelha à orelha. E, por falar em sorriso, o seu me fascina desde a primeira vez que te olhei com outros olhos. Me mostrou a alma e tudo o que vai além dela. Me mostrou tudo o que tu és, tudo o que tu tem por dentro. E por mais que eu saiba exatamente quem você é agora, ainda permanece em ti aquele mistério que eu sei que demorarei muito tempo para desvendar. Ou talvez eu nunca o desvende. Existe uma coisa em você que me faz acordar e ficar rindo à toa, que me faz ficar conceituada como uma louca, mas não. Na verdade, é a felicidade batendo à minha porta, assim como o sol bateu na janela do seu quarto.

Deixe-me ser quem o chama de amor toda a hora?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Muda

Para qualquer coisa que façamos, precisamos de uma motivação. No meio da noite, onde tudo está quebrado, inclusive seu coração. No meio da noite, onde tudo que te resta é seguir em frente, mesmo se perguntando para onde deve ir. No meio da noite, onde o frio congela todos os teus pensamentos, onde não há ninguém por perto, onde a única coisa que realmente há são uivos do vento. É assim na maioria das vezes. E, ao longo desse vai-e-vem na cama, surgem-nos muitas perguntas, mas nenhuma resposta. É para isso que servem as canções. Por mais que não percebas, as canções dizem muito mais do que pensas. Elas ultrapassam tudo que ouvimos e ecoam em nossos corações e pensamentos em milésimos de segundos. Canções não passam de lembranças. Lembranças, aquelas que a gente viveu e que por um segundo, em alguma simples frase ou melodia, traz tudo de volta. Traz tudo o que dela foi guardado. Ah, canções... Substituem as palavras quando não conseguimos encontrar nada. Ou trazem elas. Substituem as pessoas quando elas não estão por perto. Ou trazem elas. Nos guiam no escuro e nos afastam da luz. Não passam de contradições com um mesmo propósito. Ah, canções... Elas poderiam dizer teu nome.

Sobre a vida e algumas petulâncias

Já mencionei o nome dele algumas vezes aqui. É um dos principais causadores dessa nossa necessidade de estar com alguém, de amar alguém. Não podemos se quer o controlá-lo, pois junto com ele está uma tropa de outros órgãos que atuam nos sentidos dos mamíferos. Sentir não vem do verbo "sentir", tampouco do coração. Sentir vem do Sistema Límbico, uma região constituída de neurônios que nos fazem ter a capacidade de expressar e sentir emoções. Questiono: alguém tem ideia do poder que as pessoas tem sobre nós? Um sorriso sincero, um olhar de criança, um gesto delicado, um aperto de mão, um beijo apaixonado, um abraço amigável... Bastasse isso para que sejamos completamente felizes. Infelizmente nesse mundo, assim como tem pessoas incríveis, tem também aquelas horrorosas exceções. Na realidade, tudo isso não passa de antíteses sem fim, cujo maior problema é a falta de sensibilidade nas pessoas. De certa forma, amar não é tão fácil assim. Não aprendemos o significado de amor da noite pro dia, mas temos uma breve noção do que significa amar alguém quando perdemos uma paixão, por exemplo. A perda de alguém especial na nossa vida causa uma série de mutações em nosso cérebro, nos trazendo enormes abstinências. Por isso sentimos dor. Não falo da dor física, mas sim da dor psicológica. Falo daquele arrependimento que bate e das lágrimas que caem. Precisamos aprender a não deixarmos as coisas irem e virem assim, tão rapidamente, pois aquilo que vai, nem sempre volta, e aquilo que volta, nem sempre será seu.

domingo, 14 de novembro de 2010

Este retrato

Pequenos versos me trazem até aqui
Uma linha já basta para me pronunciar
Talvez um dia alguém há de falar!
Talvez um dia eu possa expressar!

O som dos pássaros desenrolam canções
Alguém traduza-me o que eles querem dizer
Talvez um dia os pássaros cantem novos refrões!
Talvez um dia eu cantarei essa canção.

Este retrato mostra-me a sua face
E de inúmeros ângulos eu exploro os seus olhares
Viajo aqui, quase nu, em desespero
A procura do desconhecido que ecoa em meu travesseiro.

Oh, esse retrato...
Oh, esse doce retrato.

Ao som de This Picture, de Placebo.




Recherche

À la recherche du temps perdu.

Depois da meia noite

Não vou falar sobre a música do Capital Inicial ou sobre ensinamentos de vida. Não vou falar de romances ou qualquer outra coisa que expresse um pouco do meu interior. As palavras já não dizem mais nada. Muitas vezes, sensações e simples arrepios podem mudar muitas coisas. Sentidos. Não escrevo sobre o sentido de "sentir", mas o sentido de coerência. Precisamos ignorar todas as regras e simplesmente olhar pra frente. Não faça o errado. Não faça o certo. Aja, viva, veja. Recomeçar é a melhor coisa que pode acontecer depois de um universo de turbulências criado pelo subconsciente das pessoas que clama pela liberdade. Nós nos autoprisionamos e cortamos nossas asas para que não possamos mais voar. Somos eternos passageiros, mas não de uma dimensão para outra, muito pelo contrário. Somos passageiros pois nunca permanecemos sempre parados. Estamos sempre enxergando as coisas de ângulos diferentes. Nunca somos os mesmos. Confuso, não? Vivemos esperando. Vivemos aceitando. Talvez pelo fato de nunca nos posicionarmos de acordo com os nossos objetivos, deixamos as coisas nos levarem. E nos levam mesmo. Se nós realmente não precisássemos dos outros, por que hesitemos em existir ao lado de quem não está mais nos fazendo bem? Ou então: se cada um faz o seu próprio destino, por que certas coisas se parecem tão iguais, como se já tivessem sido escritas por outro alguém? Não estou criando conjeturas para nada. Só estou tentando entender esse universo de milhões de palavras que me regem e, por mais simples que seja apenas compreendê-lo, colocá-lo em prática é a pior coisa que se tem.


sábado, 6 de novembro de 2010

Rio de Lua

Costumávamos olhar as estrelas juntos. Toda vez que isso acontecia, tínhamos a mesma sensação: o tempo parava. E parava mesmo. A gente olhava pra todos os lugares e tudo estava intacto, as pessoas estavam intactas. Mas quando nós olhávamos para nós mesmos, víamos o quão belo era nossos olhares se entrelaçando. Teus braços me aqueceram por tanto tempo. Ah... tempos inigualáveis esses! Era tudo acima da chuva, do sol, do céu, das estrelas e da lua. Agora restam-nos apenas relembrar esses momentos que tanto marcaram nossas vidas. Não há mais nada a fazer. Peço-te que ouça uma canção bonita e lembre de mim com um sorriso de como quem diz "ela me fez feliz". Peço-te, também, que procure sempre pensar em mim. Ah... Eu queria que você estivesse aqui hoje. Queria poder te abraçar e deixar o mundo terminar de desabar pra mim. Tem tantas coisas que eu queria. Te escrever uma doce poesia ou cantar uma doce melodia. Eu queria te escrever uma música que dissesse exatamente tudo que eu quero te dizer, mas tudo isso vai além das palavras. Tudo o que eu vivi com você e todas as canções que foram trilhas do nosso romance. Todos os nossos olhares e o início disso tudo. Peço-te que não esqueças de nada e guarde sempre o meu lugar no teu coração.

A imensidão desse buraco que ficou. A imensidão do que eu senti por ti. "E eu gostava tanto de você". Nem o Tim Maia pode conseguir expressar o quanto.

Ao som de Audrey Hepburn, Moon River.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

X ou Y?

Acordei rouca. Não porque passei o dia tagarelando. Aliás, eu nem falo muito durante o dia. Mas sim porque meu interior grita, clama, implora. Nunca pensei que algum dia estes desvastadores sentimentos pudessem me atormentar tanto. Talvez seja autoconfiança demais, ou apenas mais uma paranoia minha. Foi-se a minha essência e tudo aquilo que chamam de pureza e inocência. Foram-se todas aquelas coisas ruins que estavam dentro de mim. Tudo foi apagado e queimado no fogo inferno. E que inferno seria esse? - pergunto. Este mesmo. Este universo criado pelo homem. Universo, propriamente dito, condensador de inutilidades e valores completamente insanos. Ora essa, chamar amor de obcessão! Quem diabos sabe o que é amor? Nem eu mesma, que digo amar, ouso-me a julgar o que seria essa palavra! Incógnita.

Já não fazem mais poesias singelas. Já não amam mais como antigamente.
Já não criam mais canções bonitas. Já não se tem mais melhores amigos.
Hoje em dia, dá pra se desconfiar de tudo, incluindo a própria sombra. Seja esta, a sua, ou a de outra pessoa relativamente parecido com você. Não confie mais em ninguém. Não acredite mais em ninguém. Só você sabe o que está dentro de você.

Só escute o que eu tô falando: experiência própria.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O conto dos solitários

Foi quando o dia parou antes mesmo de eu perceber. Acordei sob um chão de vidros quebrados, cujos reflexos mostravam claramente o sangue vermelho-vinho dos meus profundos cortes. Profundos mesmo, além dos cortes, é essa minha inestimável dor de vagar por aí sem ter lugar para ir. E, mais ainda, sofrer nessa minha ensanguentada solidão, sem que ninguém me veja, sem que ninguém me sinta. Talvez se existisse algum jardim completamente florido nesse imenso bosque de árvores, pudesse haver algum forçado sorriso amarelo em meu semblante. Ando nesse bosque e tenho sempre a mesma sensação de todos os dias: andar nas nuvens sem saber o que vem depois de cada nuvem nesse longo percurso de céu a céu. E, de tanto andar, eis que encontro lírios. O mesmo anuncia: HÁ ALGUÉM AQUI! Olho perturbadamente para trás, para frente, para um lado e para outro: não há absolutamente nada. Continuo andando nessa caminhada sem fim, a espera de algum sentido que me faça creer mais uma vez. Nunca encontro nada. Dessa vez, até as árvores desapareceram. O azul do céu se tornou um cinza completamente horripilante. Eu parti. Dizem que quando não se tem ninguém para mostrar a realidade, começamos a acreditar nas fantasias. Acordei.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O ar

Eu entrava cuidadosamente para não fazer barulho. Abria a porta e finalmente meus olhos esboçavam uma felicidade jamais vista. Só em colocar o meu pé no mesmo ambiente que o seu já me faz a garota mais feliz do mundo. É algo tão simples para uns, algo que poucos conseguem sentir e expressar em palavras. Fechava a porta do seu quarto também cuidadosamente, sabendo que ela fazia um barulho mesmo com todo o cuidado do mundo. E você acordava. Olhava para o alto e assim, voltava a adormecer. Eu chegava mais perto para ouvir a sua respiração, o seu sussurro tão inocente, talvez nem percebendo que do seu lado estou eu, abraçando-o e sentindo o seu coração, sentindo o mesmo que sente por mim ao me ver. E ficava ali, com aquele pequeno respingo de respiração que me fazia feliz, que me fazia sonhar com um futuro mais próximo, com um fim de tarde com você sem que haja preocupações. E deitava ali, com o ouvido no seu peito, escutando seu doce coração que bate por mim.

(...) Ah, se soubesses do quanto eu aqui respiro o teu ar,
Eis que saberia que és tudo que eu preciso para respirar. (...)

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Longa Infância

Muitos pensam: ficamos nove meses dentro da barriga de nossas mães desenvolvendo-nos e sendo assim, tornando-nos gente, humanos, pessoas. A partir daí, começam as complicações. Nascemos, vivemos nossa longa infância que fica marcada na primeira palavra falada, nos primeiros gestos afetivos, nas brincadeiras, nas aprendizagens que não são poucas. Aprendemos que não é certo bater em amigos, falar palavrões, desrespeitar os mais velhos e responder alto aos nossos pais. Crescemos, conhecemos novas pessoas, nos surgem espinhas em todo o rosto, passamos por uma fase que a maioria dos pais costumam chamar de “aborrecente”. Nos irritamos facilmente, nos apaixonamos facilmente, nos machucamos facilmente. E sim, também temos grandes aprendizagens, como de sermos mais calmos, compreensivos, maduros e termos nosso tempo de realmente gostar de alguém. Aprendemos a não banalizar o “eu te amo”, a agir de forma responsável e também a fazer comidas. E depois vem a fase das experiências, do trabalho, da hora de pensar apenas no futuro e em tudo o que vai marcar pra sempre a nossa imagem, o nosso caráter, a nossa honestidade. Saem-nos algumas rugas, algumas marcas que o tempo deixa no nosso corpo sem que percebêssemos. Passamos a sair menos, assistir TV mais, a tomar mais de um banho todos os dias, a comer sopa no jantar, a sentar na frente de casa para tomar chimarrão e ver quem passa na rua. Ficamos sempre a espera do dinheiro da aposentadoria, da visita de um filho, de um amigo, de um irmão para nos cuidar quando a doença nos atinge, nos mata aos poucos. Viramos crianças de novo, pois necessitamos ainda mais da ajuda de alguém, no entanto, não temos mais nossos pais, nossas avós para que dessem comida na boca, remédios, carinho e atenção. Não temos mais ninguém que possa nos ajudar. Talvez a velhice seja isso, uma eterna infância, um reviver da ingenuidade de precisarmos de alguém, uma espera, uma expectativa e uma só esperança.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Quase nó

Se hoje aqui choro, nessa simples postagem, ao som daquela mesmo canção que me perturba a tantos e tantos dias, é por você. Sim, você. Tem certas coisas que a gente não esquece não. Não é nem um laço, é um nó. E bem amarrado. Pode estar meio solto agora, mas ele ainda permanece aqui: em mim e em ti. Sinto a sua falta, minha irmã. Sei que as minhas palavras não são nada perto dessa tempestade que está dentro de nós, mas eu sinto a necessidade de escrever-te. Queria dizer que hoje eu choro poços de lágrimas. Que desde que você soltaste a minha mão para o mundo, o meu olhar não é mais o mesmo. Que as estrelas do céu não brilham mais como o quanto brilhavam quando você estava a me iluminar. Muita coisa mudou, eu sei, mas nada vai ficar pra trás. O que existe em mim e em ti é o amor mais puro do universo. E por ser justamente um nó forte, é o que mais dói. Dói em mim e sei que dói em ti, mas que amor que não dói? Olha só, eu gostaria que soubesse o quanto eu estou aqui por você, o quanto eu sinto muito por tudo que aconteceu. Eu gostaria que realmente entendesse que não há nada nesse mundo que me tire dos teus braços, não. Só guarde essas palavras. Só guarde ainda o meu olhar que reflete em ti. E não tente desamarrar esse nó, pois não há nada que possa me tirar de ti.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Desde que eu não tenho você

E sim, eu penso vagamente em tudo ao meu redor, tudo o que veio me levar até aqui. Foi uma decisão tão simples, tão óbvia que chega a nem ser surpresa para todos. E sim, sinto a sua falta, naqueles dias em que não nos separávamos por nada, naqueles simples dias de chuva em que ficávamos no quarto tentando tocar e cantar alguma coisa, mas nunca saía nada. Foi assim, dessa forma, que talvez tu até ainda me ache uma criança, mas chegaste a hora de perceber que não, não sou mais aquela criança inocente. Chegou a hora de percebestes que eu tenho o meu próprio caminho, que é assim, desse mal jeito, errando, errando e errando que irei aprender e saber quem eu sou de verdade. Vai ser difícil, vai ser uma longa trilha, mas levando comigo àquelas pessoas que eu amo de verdade, não vai ser impossível. É isso que peço-te: compreensão pela minha decisão. Não tente separar o que há entre eu e meu coração. Não tente. Tudo que fizeres será inútil. Não me afaste ainda mais de ti. Não pense que ainda sou uma criança. Não tome decisões por mim. Não mais. Permaneça aqui comigo, onde sempre esteve, nesse lugar reservado só para você, desde que nasci, até morrer. Permaneça do meu lado, como sempre esteve, me ajudando, me cuidando, mas não tente me proteger de mim mesma, dos meus caminhos, do simples "errar". Apenas esteja aqui, pois serei eternamente grata se continuares a me abraçar, me beijar, me incomodar ou até mesmo brigar comigo. É exatamente isso: sangue do meu sangue. Eu a amo, intensamente.

Ouvindo: Since I Don't Have You, Gun's N Roses.

sábado, 31 de julho de 2010

Você

Só me diz sobre a noite
Como ela é?
Eu não vejo o clarão do sol a tempos
E a tempos eu não vejo o brilho do luar.

É como se eu enxergasse só o necessário
Seu sublime semblante a me iluminar
E a textura da tua face meio arredondada
Devoro-te em detalhes que só eu sei falar.

Só me diz sobre você
Como você é?
Eu te vejo todos os dias
E todos os dias eu só penso em te olhar.
Sim, temos todo o tempo do mundo, mas o tempo não nos tem, não.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Porque isso me basta

Peço-te que sinta a brisa que o mar trouxe até seus pés, as ondas e aqueles pequenos calafrios. Quero que tu não esconda, mas apague todo aquele passado que fica te perturbando aos poucos. E matando. E chorando. Quero que sinta nos teus olhos a imensidão que existe no céu azul, e o quão distante estão minhas mãos para te puxar e te segurar nos meus braços para que nunca mais fuja desse seu lugar. Ah, queria que existisse uma ilha que coubesse apenas duas pessoas, e essas duas pessoas fossem nós. Distante, longe, sem que ninguém saiba de sua existência. Hoje eu quero que o vento venha em minha direção, pra levar tudo de mim, menos você, porque isso me basta.

domingo, 11 de julho de 2010

And i miss you (...)

Uma pulsação no meu coração, que treme o meu corpo e me causa calafrios. Arrepios. Louca, insana. É a saudade. Sei disso porque já senti várias vezes essa mesma sensação de extrema dependência física e psíquica de alguém ou algum objeto. Em outras línguas, I miss you today. Deve se perguntar se é de você mesmo que eu estou falando isso, pois eu lhe confirmo perfeitamente. Eu sinto a sua falta. Certo, eu sei que faz algumas horas que nos vimos, mas foi tudo tão estranho. Nem mesmo o calor do teu corpo me aquecia, mas sim me congelava, mediante a frieza dos nossos olhares. E eu nem sei ao menos porque. Por isso, quando digo que sinto a sua falta, falo exatamente daquelas coisas que a gente sempre percebe quando se está ausente. O teu carinho, o teu olhar, o teu abraço, o teu beijo. Não sei exatamente se essa saudade bateu porque hoje é domingo, e domingo sempre foi um dia da semana muito monótono pra mim, mas acredito que essa não seja a verdadeira explicação. Talvez, se fosse, eu poderia me confortar pois saberia que tudo estaria bem conosco. No entanto, agora não sei. O que está acontecendo? Eu queria muito saber o que se passa aí e aqui dentro, porque meu coração está uma tempestade sem o teu calor. Escrevi esse texto com um nó na garganta, para que assim que você puder ler, nunca esqueça que eu sinto a sua falta sim, todos os dias.

"Guarda estes versos que escrevi chorando como um alívio a minha saudade, como um dever do meu amor; e quando houver em ti um eco de saudade, beija estes versos que escrevi chorando." - Machado de Assis.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O por quê de eu escrever

É algo que ressurge das cinzas, que briga e se revolta com o fogo. Algo que incendeia a Lua, que ultrapassa o Universo para chegar até aqui. Rápido. Veloz. Forte. Que trás da imensidão de gelo das calotas polares até a imensidão de fogo dos vulcões da Itália. Que destrói, mata, mas também faz a gente viver. Re-viver. Eis minha pergunta: por que para aprendermos a recomeçar tudo tem que se perder? Não falo desse recomeçar da noite pro dia. Falo daquele recomeçar perdido, onde tudo é escuridão e não há nada nem ninguém que possa acender a luz e gritar "acordas, já amanheceu". Logo penso: esse não seria um processo de auto-conhecimento mediante à uma situação inesperada e talvez estúpida para que aprendêssemos a lidar com certas situações? Ou seria só mais um dos inúmeros testes que a vida ou seja lá quem for faz com a gente? Se formos parar pra pensar no que as nossas vidas são regidas e a origem do mundo, nos perderíamos entre tantos outros que já se perderam. Para onde vai o vento? Para onde o tempo foi levado? Para onde você quer ir agora que tudo se perdeu? Sonho: metáforas, borboletas e asas. Quero voar. Me leve daqui, pois se não você, quem me levará? O fogo, a água, o vento, o ar. É algo que ressurge das cinzas, que briga e se revolta com o fogo. Algo que incendeia a Lua, que ultrapassa o Universo para chegar até aqui. Rápido. Veloz. Forte. Que trás da imensidão de gelo das calotas polares até a imensidão de fogo dos vulcões da Itália. Que destrói, mata, mas também faz a gente viver. Re-viver. É algo que não é o que você deve estar pensando, mas que atormenta a todos. É algo que me trás aqui, para escrever sobre essas tantas coisas em uma só prosa. Sim, é o amor, palavra que é falada todos os dias, mas não sentida. Lembre-se: para existir amor, tem que existir verdade.


quarta-feira, 7 de julho de 2010

2:45 am

Tua voz serena que penetra no meu pensamento. E me ganha. Toda vez que gritas o "eu te amo" mais eufórico da face da Terra, ah, face! Tão singela com olhar de criança. Cada traço teu que te transforma no que tu és, que te completa e me completa. Eu sou cada traço desenhado à caneta de ti. Cada rabisco que não pode ser apagado. Eu posso ter sido o maior dos teus erros, mas sei que sou o mais belo dos teus defeitos. E aquele velho violão, pindurado no canto do teu quarto, pronto para ser tocado, é como a tua pele à minha espera. É como se você estivesse esperando por mim, hoje, agora, 2:45 da madrugada. Me esperando para sentar do teu lado na tua cama, para tocar o teu cabelo e tocar a tua alma. Me esperando para que amanhã tu possa acordar, abrir os olhos e ver nos meus olhos o teu reflexo, os teus olhos fechados arrecém abrindo, para que tu possa ver o pôr-do-sol, o azul do céu. Tu queres que eu deixe o meu rastro nos teus lençóis. O meu perfume que é reconhecido de longe por ti. E eu deslizo no teu pensamento, caio no teu coração. E eu tento entrar dentro dele, não percebendo o quão fundo foi o buraco que eu cavei. Estou aqui! Estou aqui! Grito eu para que tu me ouças. Não se perca de mim, não se perca. Não quero ter que ir dormir as 2:45 da manhã sem antes poder olhar nos teus olhos cor de mel, sentir o gosto do teu beijo e apreciar a tua pele de criança, dizendo-lhe palavras que duvidas de mim, mas que nunca saíram em vão da minha boca: eu estou aqui por você.

domingo, 27 de junho de 2010

O dia que não parava de chover

O dia que não parava de chover foi mais um fato da minha vida que me marcou muito. Eu estava com frio, insegura, e completamente sem chão. Tu percebestes bem a forma da qual eu reagia em tudo que tu me falavas. Pra mim era o fim. Aquele definitivo do qual é o meu maior medo que ele te leve com ele, que ele não te deixe aqui comigo. Aquela chuva interminável mais parecia uma tempestade para mim. E aquele frio de 2ºC não era nada perto do frio que eu estava sentindo por dentro. Fiquei só. Por mais que você ainda tenha estado ali, parece-me que esperando que eu faça alguma coisa, eu realmente me senti só, pois você é a pessoa que mais me dá força nesse mundo e eu preciso de você para viver em paz. Há um só caminho nessa estrada, e eu quero percorrer ele ao seu lado.

O dia que não parava de chover, foi um dos dias mais tristes da minha vida.

domingo, 20 de junho de 2010

Depoimento de uma pessoa insensível

Ei, olha só... Eu sei que eu não sou a dona da verdade, nem sempre ajo da forma que você gosta. Eu sei que talvez eu tente dar o meu melhor, mas de tanto tentar, acabe piorando tudo. Sei que errar é comigo e que eu sempre piso na mesma tecla contigo. Sei também, que já te deixei muitas vezes, que esse medo seu é tão normal quanto o seu medo de eu te deixar sozinho, de novo, como sempre fiz, como sempre errei. Inclusive, eu sei que todas as vezes que te deixei, voltei atrás logo após a tua queda, logo após o teu coração partido, o teu choro desesperado e o teu possível encontro a um quase-amor. Olha só, não vim aqui me auto-destruir como pessoa para você, só estou falando as verdades que tu já me disseste e que eu agora resolvi admitir, ou talvez simplesmente lhe falar, mas nada demais, não me leve a mal. Enfim, sei que eu estou crescendo, mas regredi muito pra ti. Sei que sou insensível, inconstante e todas as palavras procedidas de "ins". Bem, irei lhe dizer o propósito de eu estar aqui, lhe falando essas bobagens que só te lembram ainda mais do meu mau, do que eu sou. Enfim, queria lhe pedir uma coisa, do fundo do meu coração e que talvez tu vás achar bobagem, mas é algo que me magoa também. Queria lhe pedir para que não se referisse a mim como fria, mas sim como insensível. Eu sei que é praticamente a mesma coisa, mas é algo que me machuca ainda mais, principalmente vinda de quem eu amo, de quem eu menos quero ser insensível.
Olha, me perdoe, de verdade.

Tranquei a minha porta e joguei a chave fora

A gente sempre vive à espera de alguma coisa. O verdadeiro problema que talvez nem seja considerado um problema, é que nem sempre essa “coisa” chega. Depois de algum tempo a gente passa a se perguntar o porquê de o que nós tanto esperávamos passou-se despercebido nas nossas vidas. Por mais que não percebemos a sua presença, sentimentos o tamanho do que é o que estamos esperando e, às vezes, ele acaba chegando sem nenhum aviso, sem nenhuma notícia nas rádios ou na TV. Chega chegando. Chega assim, nos surpreendendo ou não, mas ele chega, de alguma forma, mesmo que demore dias, meses, anos. E quando ele chega há sempre algo que falta. Sei lá, talvez seja eu que exija demais das coisas que eu espero, ou talvez de tanto esperar, eu espero por algo mais forte, mais grande e imenso. E veio. Chegou. Pra mim e pra ti. Abriu a porta do meu quarto e me trancou, e eu nem fiz tanta questão de sair desse mundo reservado só pra mim. Diante de tanta luta, tanta guerra, esse mundo de “mais amor” não faz mal a ninguém, não. Pelo contrário, só me trouxe felicidade até hoje. E olha que ele chegou a tempos. Diante de tanta depressão, tantas linhas tortas se cruzando por outras pessoas, interferindo no meu coração, mexendo com o que é só teu. Pude enxergar longe dos teus braços que o que existe aqui, aquilo que eu esperei involuntariamente e que chegou quando eu menos esperava, jamais vai ser esquecido e perdido dentro de mim. Agora, de volta ao meu lugar, de volta nos teus braços, enxergo que não há nada mais abstrato que o amor. A gente não o vê, mas sentimentos, e uma coisa lhe digo: é o sentimento mais lindo do mundo. Eu amo te amar e eu amo o teu amor. Esse amor que chegou, me trancou em um quarto escuro, mas me deu as chaves para que se eu decidisse sair, pudesse. Eu decidi. Decidi pegar essas a jogá-las longe. Contra o mar, contra tudo que é eterno. Porque a eternidade pertence a mim agora.

“De tudo que vivi, você foi mais do que eu imaginei ser capaz”.

domingo, 13 de junho de 2010

A tua voz em veludo

Se o que há, sempre será,
Talvez devaneio, talvez nada haverá,
Se o que quero, demora a chegar,
Talvez azáfama, talvez nada chegará,
Se o encontro, tornou-se uma poesia,
O teu olhar em seda, me mostra uma sinfonia,
As tuas mãos ao me encostar, aquele gelo que insiste em congelar,
O teu coração a pulsar fortemente, sussurrando canções de ninar,
A tua voz em veludo, quase sem vontade de falar,
E toda aquela orquestra que fica a guardar,
Os segredos mais lindos de um coração que só sabe cantar.

A carta

Não sei exatamente o que me trás aqui, tampouco sei se tu vais ler, se isso chegarás a ti.
Não sei aonde quero chegar, se tu vais gostar, se cada entrelinha vai te fazer pensar.
A única coisa que sei, é que nada sei, como havia dito Sócrates.
No entanto, também sei que tudo o que eu fiz não foi nada além do que você fez.
E ainda assim, persisto, insisto e não desisto:
quero ler o que há por trás dos teus olhos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Nos teus braços

Meu coração batia descompassadamente porque não havia ninguém forte o suficiente para fazer ele se acalmar um pouco. Daí surge tu. Dos vários "nós" e das inúmeras despedidas. Daí surge tu. De todos os "adeus" e de todas as boas vindas. Daí surge tu: do canto mais lindo do meu coração.

De entrelinhas à entrelinhas, uma nova canção batia aqui dentro. Ecoava o som dos teus sussurros naquelas noites frias em que teu corpo era o meu cobertor, o teu peito o meu travesseiro e tu por inteiro, o motivo dos meus sonhos. Acordava-dormia. Assim passei uma noite inteira ao teu lado. Acordando pra ver se tu continuavas ali, dormindo para voltar ao sonho mais belo que já tive. E tu nunca foste embora. Nunca saiste no meio da noite para ir ao banheiro se quer, porque tinha medo de voltar e eu não estar mais ali, mesmo sabendo que eu jamais daria um dedo para me perder de ti. Era sempre o mesmo medo. Sempre a mesma história: eu faço tudo isso porque tenho medo de te perder. Hoje entendo as tuas ações, o que tu fazia que eu não enxergava. Hoje eu quero só você pra mim. E eu também, eu também não quero te perder. Faço o mesmo.


terça-feira, 25 de maio de 2010

Compassadamente, já, novamente

Mary diz:
*Nós já tentamos desatar os nós tantas vezes, Jude. E por que ainda continuamos aqui?
Jude diz:
*Porque em nenhuma vez os nós foram rompidos. A força deles era maior do que a nossa junta.
Mary diz:
*Sabe, não é hora de se questionar os porquês, Jude. vês? A vida insiste em nos levar, em um só caminho para dois; nossos passos compassados, novamente.
Jude diz:
*Nossos corações entrelaçados, novamente.
Mary diz:
I have run through the fields only to be with you.

O tempo, as horas

Dormi ouvindo o som da chuva. Tão belo, tão sossegado. Me fez pensar em mim, nas minhas atitudes, nas minhas palavras insensíveis, na minha confusa vida. Reflito também sobre escolhas e o tempo, em como ele poderia passar rápido por mim, em como eu poderia não sentir as horas passando devagar, em como eu prezava sentir o tempo passando devagar e agora eu praticamente imploro para que ele passe de uma vez, para que ele leve tudo com ele, para que ele não me deixe escolhas se não olhar pra trás e dizer "eu vou seguir em frente", para que tudo seja passado.

Jude e Mary: ponto final ou reticências?

- Fique comigo, Jude? Não me deixe mais.
- Eu a amo, Mary, mas já te machuquei demais.
- Me machucas dizendo que me ama e querendo me deixar ao mesmo tempo.
- Perdoa-me, mas nem tudo que amamos é nosso. Nem tudo que se ama dá certo.
- Eu sei, mas podemos fazer com que isso dê certo. Mais uma vez.
- Nós já tentamos fazer isso dar certo tantas vezes, Mary. E se alguma coisa tivesse adiantado, não estaríamos aqui agora, tentando justificar coisas que já foram explicadas a muito tempo.
- Você está tentando achar uma desculpa pra se livrar de mim, Jude.
- Não. Estou tentando entender o porque de estarmos quebrados. Não há mais nada a fazer. Tudo que tinha que ser feito da parte de nós, já foi feito.
- Eu vou mudar.
- Eu vou crescer.
- Até outro dia.
- Até, Mary.


domingo, 23 de maio de 2010

Sentidos

Hoje fiquei sozinha o dia todo. Sozinha é modo de dizer, porque tive meu pai, minha mãe, meus irmãos, meu primo e meu vô rodeados em mim. Talvez sozinha seja uma definição perfeita para quem está no meio de todo mundo, mas ainda assim se sente sozinha, porque quem você mais quer que esteja perto de você, não está, apenas no seu coração. Sim, eu sei, tu deves rir de mim agora, por eu esperar perder um grande amor pra vir neste blog me "declarar" com tantas palavras bonitas, mas eu não enxergo beleza nisso tudo. Na verdade, é quando te perco assim, sem saber de mais nada sobre ti, sem ter notícias sobre a sua vida, nem que seja por um dia, que mais me dá vontade de te escrever, de te falar de coisas que agora parecem sem sentido, mas as coisas nunca são incoerentes quando se ama alguém. O sentido pode ser perdido porque não convém com o contexto do que antes disso tudo foi falado. Tudo pode ter sido perdido, inclusive nós, mas o que há em mim e em ti não foi. O amor ainda permanece em mim, latejando, chorando, sussurrando "eu te amo tanto, tanto, tanto" e gritando "não me deixe morrer". Desculpe-me, sou uma idiota, mas vou aprender na marra, na obrigação a ser alguém melhor. Sem você.

Eu já fui...

...bem mais do que tu pensas, mas agora me transformei em uma simples canção gravada na tua cabeça.

Dormi e não quis acordar

Passa, passa tempo.
Deitei-me depois do almoço, tentava dormir, mas meus pensamentos não me deixavam. Eu nunca quis tanto dormir e não acordar como hoje. Eu nunca esperei tanto por esse momento, por essa hora. Chega noite, e me leva de volta para meus sonhos, porque essa contradição realidade-pesadelo está demorando para passar.

Domingo

Hoje eu só queria que o telefone tocasse e fosse você; que meu MSN piscasse e fosse você perguntando se eu estou bem, se eu ficarei bem. Queria que a campainha da minha casa apitasse e fosse você, com aquele seu rosto lindo me falando "posso entrar?". Sei lá. Queria que hoje fosse um domingo diferente, daqueles que a gente se surpreende com o que menos esperamos.
Queria que não fosse um domingo sem você. Mas foi.

Fim de tarde com você

Queria poder te dizer aqui tudo o que eu sinto, mas eu estou tão enrolada com meus pensamentos, que nem aqui, nem ali, nem em lugar algum tu vais saber do que estou passando. Sei que tu também sofre por ter me perdido ou talvez ter ficado com uma imagem ruim de mim, mas acredite: não há dor maior do que ter que deixar a pessoa que tu ama por não acreditar em mais nada, de novo, mais uma vez, AGAIN. Te amei muito e ainda amo. Sim, amo. É difícil esquecer das histórias, dos lugares, olhares e carinhos. Tu me deu tudo de ti e eu sei, tenho a certeza de que nunca irei encontrar alguém com o teu mesmo olhar, o teu mesmo beijo, gênio e personalidade. É tudo ÚNICO. É tudo PURO. Por favor, não revire os olhos lendo o que eu escrevo, nunca é tarde pra AGRADECER. Agradecer por ter me feito a garota mais feliz do mundo, por ter acreditado mais uma vez em mim e no meu amor. Isso pra mim é tudo. E o tudo que eu falo é todo o teu amor. Ahh, grande amor! Me sinto ridícula, horrível e idiota por ter deixado esse amor passar por mim. Mas de que adiantaria estar com uma pessoa só por amá-la? Amor não é tudo. Não basta amar. Queria muito viver só de amor, numa ilha deserta, nem ninguém a nos incomodar. Enfim, queria só passar o último fim de tarde com você, para eu poder lhe dar o último beijo e agora, de certeza, a última despedida.


terça-feira, 11 de maio de 2010

Acordei e quis viver

Mais uma vez nadei nos teus braços recitando a mais bela das poesias que, apesar de serem tão belas, nunca vão dizer o bastante diante da tua presença. Mais uma vez te quis em minha vida para colorir os meus dias e completar o vazio que estava em meu coração. Mais uma vez fizeste de mim o que queres, pois sou tua hoje e, se meu coração e Deus permitirem, para sempre. Mais uma vez tu desperta em mim um sorriso até orelha perante tuas palavras puras e inocentes. Mais uma vez eu relembrarei das nossas histórias sem ter aquele olhar triste, oh, nostalgia essa que eu tanto amo. Mais uma vez poderei ouvir a tua canção, a nossa música, a nossa trilha sonora sem ter o porque de evitar o que me faz lembrar de ti. Mais uma vez cantarei, escreverei, recitarei com tamanha sinceridade, sem ter medo de medir palavras, porque minhas palavras para ti de nada são, apenas palavras, pequenas palavras. Mais uma vez encontrei o meu "alguém que te faz sorrir", me reconheci em teus braços. Mais uma vez meu coração bate ao te ver, como se eu me apaixonasse pela mesma pessoa todos os dias, em cada segundo, em cada detalhe que eu cuidadosamente não deixo escapar. Mais uma vez a tua face me contempla, teu olhar me admira e eu te admiro por me olhar assim. Mais uma vez me deste dias perfeitos, beijos carinhosos e atenção. Mais uma vez não me deixaste faltar nada. Mais uma vez eu acordei e quis viver, quis poder passar o dia todo ao seu lado, para a noite olhar para as estrelas e agradecer o quão belo foi meu dia e o quão bem tu me faz. Mais uma vez me entrego a ti, em carne, corpo e alma.

domingo, 9 de maio de 2010

Um pequeno trecho...

Nunca fui muito comunicativa com as pessoas. Sempre preferi ficar na minha, sozinha num canto qualquer. Só que no meio disso tudo, abriu um enorme parênteses sem fim pra mim. Conheci pessoas que despertaram sensações e sentimentos que nunca alguém havia despertado antes em mim. Acho lindo a forma como isso foi se criando em mim mesma, como as coisas foram acontecendo e hoje eu já não sei mais viver sem isso. Sem essa droga que me perturba todos os dias, que me faz querer viver, que me abraça no seu ninho para me confortar, que me beija e me enche de carinho, que sabe a hora certa ou a hora errada, que conhece cada ponto fraco de mim e que sabe como agir da forma que eu goste ou não. E eu já não quero mais sair dessa vida. Já não quero mais sair desse meu mundo. Hoje sim eu tenho medo da morte, porque sei que só ela pode me tirar disso tudo. A propósito, eu não sou drogada não. A droga da qual eu estou falando são as AMIZADES.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Tentanto entender

- Mary, precisamos conversar.
- Pois fale.
- É que tá tudo tão estranho, não achas?
- Como assim?
- Não sei explicar direito, mas parece que nos reconhecemos, não de reconhecer, mas de conhecer de novo uma pessoa que agora parece tão diferente do que era e.
- Seja direto, por favor.
- Er, bom... eu já disse que não sei explicar. Só queria que soubesse que o seu abraço ainda me conforta.
- E o vazio, o nada que sentias?
- Isso era antes de tê-la de volta.
- Mas as coisas não mudam de uma hora pra outra.
- Pra mim mudam.
- Eu bem sei disso.

(...)

- Eu não o entendo, Jude.
- Nem eu.