quinta-feira, 30 de junho de 2011
"Ou"
ou não passo de uma vírgula embutida
em uma frase sem sentido
que tu fez sem motivo?
Sou o reflexo dos teus beijos
ou só mais um dos teus feitos
que tu guarda no fundo do armário
e só tira quando se sente solitário?
Sou aquelas tuas canções
ou apenas alguns meros refrões
que não se encaixam
com os acordes que se espalham?
Sou as tuas portas se fechando
ou o teu eu em mim pensando
ou o 'ou' da tua vida
que tanto me alucina?
terça-feira, 28 de junho de 2011
Que coisa, ein?
agora eu sento perto da lareira
pra sentir o calor do fogo
e não mais o do teu corpo
e hoje em dia eu canto a tua ida
pra desconhecidos te ouvirem
sendo cantada como um hino
por alguém que mal viu tua partida
e que coisa, ein?
eu te enxergava nas estrelas
e o brilho delas era tomado pelo teu
mas agora nada mais vejo e tudo se tornou museu.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
E se? (continuação de Deixar Passar)
estar meu nome
e o meu último retrato
que tirei para ti?
E se a tua breve visita
me deixou aos prantos
me corroendo com o frio
que tu não tirastes de mim?
E se no meu nome não existir
teu sobrenome
para completar os planos
que tanto construímos aqui?
E se tudo o que eu faço
e tu não enxergas, passar em branco
e tu sofreres posteriormente
por não ter escolhido a mim?
E se teus olhos querem me ver
e se tua boca quer me beijar
por que não deixa que teu corpo grite
e esbraveje o que não quer calar?
E se a lua e os astros conspiram
ao nosso favor
por que insiste em acreditar
que um desejo é mais que amor?
E se a tua escolha estiver errada
e eu não estiver mais aqui
quando a tua ida tiver uma volta
mas a minha ida só tenha passagem para ir?
E se eu lhe dissesse o quanto ainda penso
o quanto há sentimento
faria alguma diferença se tu soubesses
o que há aqui dentro?
E se eu não quiser ou então não aceitar
as tuas meras palavras monossilábicas
que só me fazem pensar e pensar e pensar
no quão pequeno teu universou voltou a ficar?
domingo, 26 de junho de 2011
Sobre a dor
Dos olhos que eu falava
nem sequer sei se foi
do que sei eu não lembro
ou não quero mais lembrar
Se da tua falta eu sofro agora
se dos teus braços eu não tenho mais
o que farei com todas essas palavras
que escrevi e declarei-as para ti?
De poeta eu não tenho nada
e o que eu tinha eu acabei de perder
porque me deixastes aos prantos
sem ter para onde ou quem correr
E a minha inspiração partiu junto
pois era dos teus olhos que eu falava
mas a minha queda já foi amortecida
por alguém que não brilha como você brilhava.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Muda
no teu soneto, uma bela canção
no teu sonho, uma recordação
na tua estrada, um acidente
nos teus dedos, um desapego
na tua cabeça, um não pensar
no teu beijo, um sabor
no teu toque, um conquistar
nos teus olhos...
prefiro não falar.
Deixar passar
que tuas pálpebras se fechem ao perceber
que a tua ida não tenha passagem de volta
e que as minhas pupilas não brilham mais ao te ver?
E se eu deixar que o teu coração siga livre o caminho
que alguém o pegue no meio desse estrondoso destino
e que te faça esquecer do que você não quer esquecer
pois insiste em querer o que não sabe o que quer?
E se eu deixar que a saudade perfure as tuas veias
e exploda com teu sangue molhando os teus lençóis
encobertos de enredos e corpos esculturais quase nus
despencando o teu mundo em detalhes quase irreais?
E se eu deixar que o meu filme não passe mais na tua TV
e que excluam as minhas cenas para tu não mais ver
o que estes olhos incansavelmente querem mostrar
no decorrer do tempo que ficastes a pensar?
E se eu deixar, finalmente deixar passar
o tempo ruim e as tempestades catastróficas
que verteram água por trás dos meus e teus olhos
tu deixaria que eu deixasse passar ou passaria para ficar?
Ponto de partida
como alguém que se move de um lugar
mas não me movo porque quero
me movo por não saber como chegar
Na linha da sabedoria
pensei que eu fosse te encontrar
nada achei, senão alguns traços
- poucos, mas mesmo assim quis guardar
Meu peito dói e meus olhos clamam
mas muda ainda estou, no aguardo
das chamas que imploram por mais um abraço
um beijo ou algo que nos faça recordar
Para mim não existe ponto final
o que existe são breves trechos e retalhos
de uma carta mal interpretada ou uma calça mal cortada
pois o que guardo tem também seu corte no lugar errado
E olha, quanta coisa passei a pensar, ein?
mas não te preocupes com a tua ida, meu bem
o teu lugar continua aqui, mesmo eu me movendo
pois constantemente paro no mesmo ponto de partida.
Verdades
não condiz
com o que tu sente
Ou o que eu vejo
não é claro
aos olhos ardentes
O que tu sente
não condiz
com o que tu diz
E o que eu penso
de quê condiz
com o teu sentir?
De nada sei
e nada quero saber
tudo temerei
Pois o que já sei
doeu demais até ver
quem é você.
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Sobre o ato de respirar fundo
terça-feira, 21 de junho de 2011
Frágil amor
segunda-feira, 20 de junho de 2011
Solidão contemporânea
que dão vida à bela arte
e expressam o que há por dentro
do que não há nem em Marte
Aparte destes gestos
e de jeitos que eu não questiono
só acho bela demais esta vida
oca, nublada, dolorosa, mas faz parte
E a réplica dos nossos sonhos
são encantos que a natureza guarda
porque aqui estamos, hoje e sempre
em busca de uma resposta válida
E se de respostas não há encontros
nos contentamos com o mar aberto
e o céu encoberto de estrelas guiando
a nossa solidão contemporânea.
O sino que me chama
o selo do teu beijo no meu lábio espesso
e o teu puxar contra o mundo
à minha cintura levada de ti
Nas minhas tão poucas marcas eu encontro
uma pinta no meu braço e no meu pescoço
que me mostra por quantos rostos
já passei o meu ar e o meu calor
E às vezes o sino me chama
porque descobri que esse é o meu destino
no teu recanto, no teu lar, onde você estará
saibas que por perto eu estarei, a ti, para ti
E não penses que onde teu guardo, é onde ficará
quero que vivas, saltite, pule no meu peito
pois do teu sangue beberei, e tenhas certeza:
serás meu alimento e mantimento por essas redondezas.
domingo, 19 de junho de 2011
Aqui e aí
Mais uma tempestade
Aqui e aí
O que é maior que o céu?
Para verter o que cai
Aqui e aí
Se for para levar
Que leve logo
De mim, de ti
Mas se nada mais ousar
Que fique
Aqui e aí
Aí e aqui.
Justo hoje
que eu te esperei com flores
ao chegar em casa
Justo hoje
que eu tinha tanto a falar
sobre a nossa história
Justo hoje
que as minhas canções
te alcançaram na extremidade
Justo hoje
que meus versos te admiram
e meus lábios te tocam
E justo hoje
que eu tento te escrever
mesmo sem que tu estejas aqui.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
O altar
mas não é por mal
E tem dias que elas esbravejam a minha loucura
o que também não é por mal
Os meus dedos insistem em esboçar a arte perfeita
e também gostam de tocar o tom que incendeia
Mas não são nem meus acordes, nem meus desabafos
do que eu falo não tem nome, nem se quer um traço
É tudo torto, em círculos, cilindros
como minhas dores em dias frios
Mas tudo esquenta quando eu tenho alguns motivos
para falar dos amores que se cruzam aos meus rabiscos
O ré bemol que eu tanto falo não expressa o que eu quero
mas são coisas que o sol consegue explicar com clareza
E a inocência dos meus dias que se cruzam às tuas tardes
não demonstram nada do que raia à minha mesa
Na bagagem carrego todos os olhares e estórias
que eu não consigo levar no peito por não caber mais
Mas são coisas que eu levo e recordo a todo instante
quando deito, sonho, acordo ou simplesmente voo para trás
E eu risco todas as marcas excitantes das tuas sardinhas ao meu papel
viro a página a cada falha, pois não há borracha para apagar
E arquiteto a tua escultura no meu mais lindo e digno altar
da mesma forma que caio aos teus pés, oh minha vida, tenho tanto a te escutar.
Baralho de truco
Palavras adornadas
Guiam e me desviam
Nesse céu de blues
Aformoseado o teu saber
Vistoso todos os teus dizeres
Embelezados os teus olhos
Garridas todas as tuas faces
Desnorteada eu fico
Perco o sentido
Embaralhada como um baralho de truco
Atrapalhada com o meu estranho querer.
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Porvir
Espesso o meu querer
E excessivo o meu amor
Mas de intenso não há mais nada
Nem o acorde das mais lindas canções
Tampouco o demasiado desejo de ti
E o que nos venera nessa espera
É o emboscar da minha clareza
Que te surpreende ao ver-me
Comprando rosas e segurando a tua mão
Pois o que eu observo não há repreensão
Te vejo no meu lado em pleno amanhã
Pois é assim que te quero no hoje
E assim que incessantemente aguardo
Lá, estando
E lá, ouvindo.
Sólidos espelhos de terra
Às vezes não tão bem vivida
Tem dias que ela nos carrega
Por não termos uma visão tão nítida
Às vezes esmaecem-se nossos olhos
E ficam trêmulas as nossas pernas
Pois nossos corações quando partem
Se tornam sólidos espelhos de terra
E não nos sentimos totalmente curados
Sobre a abstinência de algo que nem sabemos
E nem exigimos saber o incompreensível
Pois o que nos cerca é sujo e insensível
Esta não seria a melhor forma
De dizermos 'sejam bem-vindos'
Pois esse mundo me dá náuseas
E me enoja o fato de tudo o que eu dizer ser verdade.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
Placebo
Até pouco tempo atrás não conhecia o teu gosto
Mas tu se tornou um placebo tão grandioso
Que distorceu até o que não fazia sentido
Coisas que nem o clarão do sol pudesse despertar
Nem a fúria do tempo conseguiria consertar
Os instintos que tu me envolveste
Com o teu visco e curioso amar
Mais intenso que o calor do teu corpo grudado no meu
Não há, não há - repeti para mim mesma
É que é espesso o teu querer por mim
Mas maior ainda é o meu avesso de ti.
Fenix
Que curva a tua esfera de forma simplória e abstrata
Me delira com teu encanto de douçura inegável
E com a tua astúcia que me faz te anelar
Surgiu das cinzas os teus olhos excitantes
Que eu cobiço ao subir o que tu nem sabes
E me apetece a tua curva com olhos
Deixando minha respiração ficar ofegante
Se soubesses o quanto me afervoras
E o tamanho do perigo que eu sou
Não aferventaria tanto assim o meu corpo
O teu corpo, o meu querer.
Fotografia
Mas tem sido difíceis esses dias. Acordar, ir à escola, arrumar a casa... Embora eu tenha tantas responsabilidades e pessoas me esperando, o acaso me fez voltar aqui. Ando falando com a minha cadela e já acho que to ficando louca. Não. É falta de ter alguém pra conversar mesmo. Mas tenho me privado, acima de tudo, de causar tanto transtorno na vida das pessoas falando sobre meus pensamentos medíocres. Ainda penso, confesso. Pouco, mas penso. Basta, não basta? E eu sei o quão difícil é ler isso, escrever também é, acredite. Os meus versos, os teus jeitos e outras lembranças que eu guardo e abraço todas as noites. Não acredito que depois de seis meses volto aqui para falar disso. É um soco no escuro. É um aperto enorme. É uma dor inigualável que ninguém, nem mesmo eu posso entender. Mas tem sido difíceis essas noites. Tentar dormir e não conseguir porque a insônia me persegue é mais do que ridículo. Ou então acordar no meio da noite desesperada, querendo um abraço sem fim, um beijo, um carinho qualquer. E faz falta. Faz tanta falta que não me enxergo mais aqui. Só não faz sentido. Nada disso. No entanto, creio que eu tenha aprendido a não procurar mais por coisas que eu sei que não darão certo. Eu tentei. Já falei isso quinhentas vezes, mas não me canso de repetir. Faz tempo que não falo mais a tua língua. É que meu novo idioma tomou conta de mim. E minhas novas palavras, virtudes, amizades e outras coisas a mais. E também tem aqueles cacos, você lembra? Se foram. Juntaram pra mim quando eu não tive forças. E cá estou eu. Que diabos faço aqui?
Asma
Pois tua navalha não me corta ou ameaça mais
O que mais dói não sangra, e sim parte
Ao meio, em pedaços ou embora
Não sei se pelo nó desfeito à tua frente
Ou se pela lua que só escurece tua alma
Sei só que teus dias tem sido tristes
E tua história está marcada na sua palma
Sufoca, aflige, angustia
Como uma estrige fria
Mas ainda assim, só dói.
*Ao som de Bon Iver - Re: Stacks
Ciro
Poderá haver estrelas ou qualquer coisa
Mas te pergunto: tu vês?
Se Ciro me permitir
Vou mostrar-te os meus segredos
Para não vejas outra coisa mais bela
A não ser a intensa luz que nos rege.
*Ao som de Legião Urbana - Tempo Perdido.
Insônia
E enviesara meus braços na cama
Escutara algo que eu não entendi bem
Por desfrutar do auge da minha insônia
Repousei ao som de Legião Urbana
"Hoje a noite não tem luar" me deixou tão só
É que meus versos nada de sentido fazem
A não ser trazer a nostalgia dos meus dias de criança
E ao Visconde entreguei meu corpo
Despindo a minha máscara perdida
Pois a verdade não encontrei
Perdi ela no meu sono homicida
E as minhas palavras deixo gravadas aqui
E que a noite leve todas essas petulâncias
Porque eu hei de querer dormir agora e sempre
Antes que me perca nesse escombro melancólico.
*Ao som de Visconde - Asma.
terça-feira, 14 de junho de 2011
Do teu enredo
E suave pra quem ler
Veemente que eu percebo
O quão grande foi o teu querer
Só que os dias tornaram-se anos
E há anos não te vi mais
Esse nosso passado meio profano
Está mais pra insano, vamos concordar?
Dos nossos afagos eu lembro bem
Até dos teus traços únicos
Só não lembro foi como eu deixei
Que os teus fastos me tornassem muda
E assim estou hoje
Não mais calada
Porém mudada
Quem dera eu o fosse.
Lugar vago
Aos meus ouvidos, rouca, quase em veludo
É que desfiz dos nossos nós o teu eu
Para que eu fique alinhada ao teu rumo
Dos vários eu's que eu encontrei nesta estrada
Foram poucos que realmente ficaram
Pois nenhum deles era poeta bem amado
Do que tu, quando fala dos meus retratos
As tuas curvas se encaixaram nos meus dedos
E agora te escrevo para comprovar os teus olhos
Que me penetram e se põe a falar
Mas que farei eu, se não também te olhar?
E se tu passas quando não vejo?
E se tu ficas e eu nem percebo?
Eis que me ponho no teu lugar vago
E pego na tua mão para me esquentar.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Placenta
E talvez, mais do que isso, apenas uma sopa em um dia frio
Daquelas bem cheirosas, com cenoura e legumes que eu tanto amo
E que você, mais que ninguém, sabe dos meus gostos e arreganhos
No vendaval dos meus dias, mesmo com a minha fúria
Era o seu instinto que compreendia à sua ternura
Comovia-me com o seu apego e total confiança
Que declara mesmo nos dias que a gente "dança"
Na infância era o seu colo que me confortava
Principalmente quando nas brincadeiras, me machucava
Mas mesmo assim eu seguia sorridente
Herança que eu herdei de ti claramente
Ainda penso nas suas gritarias quando eu não acordava
E nas suas gritarias quando eu acordava, e ali ficava
E nas suas gritarias quando eu esperneava e incomodava
Mas que falta, as suas gritarias não fazem para dar uma animada!
Mas te vais ao pão da casa colocar
E se não ficas, é pelo bem de quem aqui fica a te esperar
Para que a placenta continue com sua forma figurada
Que nós continuaremos aqui, com nossa forma idealizada.
Palpitação
No desenrolar deste roteiro inacabado
Onde a tua direção era o que me guiava
No rumo ao horizonte retalhado
E as tuas cartas, tão assopradas pelo vento
Não foram levadas, mas sim deixadas ao dia cinzento
Nevoento, outrora lindo, este dia que eu sigo entendendo
E desabrocho da tua flor a saudade que me aperta o peito
Turbulento esse meu coração, que quando tu se vais, fica na mão
E quando tu vens, ele pula pro chão, me deixa sem expressão
E eu devoro tuas pupilas nesta pequena escrita
Para que compreendas que muito mais dita que tu, só tu.
domingo, 12 de junho de 2011
O olhar que não me olha
E não deixaste nenhum vestígio do teu mistério
Embaraçou o meu peito de incertezas
Por não me olhar nos olhos quando eu quero
É mítica a forma como tu não me contemplas
Ou se me contemplas, talvez eu não vi
Seria complacente se eu soubesse o que tu pensas
Sobre o sustenido em fá que eu toquei para ti
E eu bajulei toda a inocência do teu nascer
Por desfrutar da tua docência no sentir
E preferi não proferir o céu azul no amanhecer
Por querer que tu vejas com teus olhos o meu sorrir.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Dos nossos lábios
A chama que me leva
Ao teu afeto descontrolado
À tua essência de ser
Dos teus lábios eu fui à lua
Naquela calada noite de inverno
Que me fascinava pela pele arrepios
Mas me contentava pelo calor dos teus verbos
E pedi que colocastes mais uma lasca
No fogo que tu mesma criou
Porque o que me sacia não é o calor
Mas o volume que meu fogo alcançou
E te trouxe pelos braços ao sol
Que no amanhecer nos brilhou aquela luz
O som dos pássaros singularizavam o local
Que eu guardei em minha memória, assim como tu
E enrolados em lençóis que eu fantasiei
Ainda não vi tua escultura fantástica
Só sei que tenho muita vontade de te ter
No meu jardim, no meu quarto, na minha casa.
Do não saber
Ou se não sou eu que sou
Talvez não seja mais eu
Ser ou não ser, não sei se sou
E se fostes? E se estivesse?
E se coubesse no teu ventre o meu eu?
E se fechastes? E se partisse?
E se trouxestes no teu ego o que perdeu?
Não saberias, jamais terias
Não entenderias o que se cresce aqui
Nem se quer confiarias, exclamaria
Que a tua ida não era partida, mas sim o que fiz.
Doces pupilas pretas
quarta-feira, 8 de junho de 2011
O tango
Admirava uma face
Mas não esperava pegar
A sua mão como um enlace
E dançavam o tango
Ele e ela, ela e ele
No deslumbre daquela noite
Que esvoaçava seus cabelos
Noite fria ou noite quente
Essas coisas não importam
O que importa é a beleza
Dos olhares que se cruzam
É tão bonita, é tão bonita!
Essa vida que nos leva
É tão bonita, é tão bonita!
Que nem um tango na primavera.
domingo, 5 de junho de 2011
Sobre excessos
sábado, 4 de junho de 2011
Doce inverno
Que doce esse inverno
Que me cobre
No mergulho
Dos teus sonhos
Que coisa mais linda
Esse céu encoberto
Por doces estrelas
Brilhantes no deslumbre
Da tua pupila preta
E se eu te dissesse
Que nas flores enxergo
Tua beleza
E num vulto qualquer
Penso que és tu?
E se eu te dissesse
Que nas cores do inverno
Me encontro nos teus cobertores
Agarrada nos teus braços
E no teu doce encanto?
Ora, ora
Doce inverno
Dessa vida
Que me leva
Em pequenas entrelinhas...
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Primo Basílio, Eça de Queiroz.