domingo, 27 de junho de 2010

O dia que não parava de chover

O dia que não parava de chover foi mais um fato da minha vida que me marcou muito. Eu estava com frio, insegura, e completamente sem chão. Tu percebestes bem a forma da qual eu reagia em tudo que tu me falavas. Pra mim era o fim. Aquele definitivo do qual é o meu maior medo que ele te leve com ele, que ele não te deixe aqui comigo. Aquela chuva interminável mais parecia uma tempestade para mim. E aquele frio de 2ºC não era nada perto do frio que eu estava sentindo por dentro. Fiquei só. Por mais que você ainda tenha estado ali, parece-me que esperando que eu faça alguma coisa, eu realmente me senti só, pois você é a pessoa que mais me dá força nesse mundo e eu preciso de você para viver em paz. Há um só caminho nessa estrada, e eu quero percorrer ele ao seu lado.

O dia que não parava de chover, foi um dos dias mais tristes da minha vida.

domingo, 20 de junho de 2010

Depoimento de uma pessoa insensível

Ei, olha só... Eu sei que eu não sou a dona da verdade, nem sempre ajo da forma que você gosta. Eu sei que talvez eu tente dar o meu melhor, mas de tanto tentar, acabe piorando tudo. Sei que errar é comigo e que eu sempre piso na mesma tecla contigo. Sei também, que já te deixei muitas vezes, que esse medo seu é tão normal quanto o seu medo de eu te deixar sozinho, de novo, como sempre fiz, como sempre errei. Inclusive, eu sei que todas as vezes que te deixei, voltei atrás logo após a tua queda, logo após o teu coração partido, o teu choro desesperado e o teu possível encontro a um quase-amor. Olha só, não vim aqui me auto-destruir como pessoa para você, só estou falando as verdades que tu já me disseste e que eu agora resolvi admitir, ou talvez simplesmente lhe falar, mas nada demais, não me leve a mal. Enfim, sei que eu estou crescendo, mas regredi muito pra ti. Sei que sou insensível, inconstante e todas as palavras procedidas de "ins". Bem, irei lhe dizer o propósito de eu estar aqui, lhe falando essas bobagens que só te lembram ainda mais do meu mau, do que eu sou. Enfim, queria lhe pedir uma coisa, do fundo do meu coração e que talvez tu vás achar bobagem, mas é algo que me magoa também. Queria lhe pedir para que não se referisse a mim como fria, mas sim como insensível. Eu sei que é praticamente a mesma coisa, mas é algo que me machuca ainda mais, principalmente vinda de quem eu amo, de quem eu menos quero ser insensível.
Olha, me perdoe, de verdade.

Tranquei a minha porta e joguei a chave fora

A gente sempre vive à espera de alguma coisa. O verdadeiro problema que talvez nem seja considerado um problema, é que nem sempre essa “coisa” chega. Depois de algum tempo a gente passa a se perguntar o porquê de o que nós tanto esperávamos passou-se despercebido nas nossas vidas. Por mais que não percebemos a sua presença, sentimentos o tamanho do que é o que estamos esperando e, às vezes, ele acaba chegando sem nenhum aviso, sem nenhuma notícia nas rádios ou na TV. Chega chegando. Chega assim, nos surpreendendo ou não, mas ele chega, de alguma forma, mesmo que demore dias, meses, anos. E quando ele chega há sempre algo que falta. Sei lá, talvez seja eu que exija demais das coisas que eu espero, ou talvez de tanto esperar, eu espero por algo mais forte, mais grande e imenso. E veio. Chegou. Pra mim e pra ti. Abriu a porta do meu quarto e me trancou, e eu nem fiz tanta questão de sair desse mundo reservado só pra mim. Diante de tanta luta, tanta guerra, esse mundo de “mais amor” não faz mal a ninguém, não. Pelo contrário, só me trouxe felicidade até hoje. E olha que ele chegou a tempos. Diante de tanta depressão, tantas linhas tortas se cruzando por outras pessoas, interferindo no meu coração, mexendo com o que é só teu. Pude enxergar longe dos teus braços que o que existe aqui, aquilo que eu esperei involuntariamente e que chegou quando eu menos esperava, jamais vai ser esquecido e perdido dentro de mim. Agora, de volta ao meu lugar, de volta nos teus braços, enxergo que não há nada mais abstrato que o amor. A gente não o vê, mas sentimentos, e uma coisa lhe digo: é o sentimento mais lindo do mundo. Eu amo te amar e eu amo o teu amor. Esse amor que chegou, me trancou em um quarto escuro, mas me deu as chaves para que se eu decidisse sair, pudesse. Eu decidi. Decidi pegar essas a jogá-las longe. Contra o mar, contra tudo que é eterno. Porque a eternidade pertence a mim agora.

“De tudo que vivi, você foi mais do que eu imaginei ser capaz”.

domingo, 13 de junho de 2010

A tua voz em veludo

Se o que há, sempre será,
Talvez devaneio, talvez nada haverá,
Se o que quero, demora a chegar,
Talvez azáfama, talvez nada chegará,
Se o encontro, tornou-se uma poesia,
O teu olhar em seda, me mostra uma sinfonia,
As tuas mãos ao me encostar, aquele gelo que insiste em congelar,
O teu coração a pulsar fortemente, sussurrando canções de ninar,
A tua voz em veludo, quase sem vontade de falar,
E toda aquela orquestra que fica a guardar,
Os segredos mais lindos de um coração que só sabe cantar.

A carta

Não sei exatamente o que me trás aqui, tampouco sei se tu vais ler, se isso chegarás a ti.
Não sei aonde quero chegar, se tu vais gostar, se cada entrelinha vai te fazer pensar.
A única coisa que sei, é que nada sei, como havia dito Sócrates.
No entanto, também sei que tudo o que eu fiz não foi nada além do que você fez.
E ainda assim, persisto, insisto e não desisto:
quero ler o que há por trás dos teus olhos.