sábado, 31 de julho de 2010

Você

Só me diz sobre a noite
Como ela é?
Eu não vejo o clarão do sol a tempos
E a tempos eu não vejo o brilho do luar.

É como se eu enxergasse só o necessário
Seu sublime semblante a me iluminar
E a textura da tua face meio arredondada
Devoro-te em detalhes que só eu sei falar.

Só me diz sobre você
Como você é?
Eu te vejo todos os dias
E todos os dias eu só penso em te olhar.
Sim, temos todo o tempo do mundo, mas o tempo não nos tem, não.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Porque isso me basta

Peço-te que sinta a brisa que o mar trouxe até seus pés, as ondas e aqueles pequenos calafrios. Quero que tu não esconda, mas apague todo aquele passado que fica te perturbando aos poucos. E matando. E chorando. Quero que sinta nos teus olhos a imensidão que existe no céu azul, e o quão distante estão minhas mãos para te puxar e te segurar nos meus braços para que nunca mais fuja desse seu lugar. Ah, queria que existisse uma ilha que coubesse apenas duas pessoas, e essas duas pessoas fossem nós. Distante, longe, sem que ninguém saiba de sua existência. Hoje eu quero que o vento venha em minha direção, pra levar tudo de mim, menos você, porque isso me basta.

domingo, 11 de julho de 2010

And i miss you (...)

Uma pulsação no meu coração, que treme o meu corpo e me causa calafrios. Arrepios. Louca, insana. É a saudade. Sei disso porque já senti várias vezes essa mesma sensação de extrema dependência física e psíquica de alguém ou algum objeto. Em outras línguas, I miss you today. Deve se perguntar se é de você mesmo que eu estou falando isso, pois eu lhe confirmo perfeitamente. Eu sinto a sua falta. Certo, eu sei que faz algumas horas que nos vimos, mas foi tudo tão estranho. Nem mesmo o calor do teu corpo me aquecia, mas sim me congelava, mediante a frieza dos nossos olhares. E eu nem sei ao menos porque. Por isso, quando digo que sinto a sua falta, falo exatamente daquelas coisas que a gente sempre percebe quando se está ausente. O teu carinho, o teu olhar, o teu abraço, o teu beijo. Não sei exatamente se essa saudade bateu porque hoje é domingo, e domingo sempre foi um dia da semana muito monótono pra mim, mas acredito que essa não seja a verdadeira explicação. Talvez, se fosse, eu poderia me confortar pois saberia que tudo estaria bem conosco. No entanto, agora não sei. O que está acontecendo? Eu queria muito saber o que se passa aí e aqui dentro, porque meu coração está uma tempestade sem o teu calor. Escrevi esse texto com um nó na garganta, para que assim que você puder ler, nunca esqueça que eu sinto a sua falta sim, todos os dias.

"Guarda estes versos que escrevi chorando como um alívio a minha saudade, como um dever do meu amor; e quando houver em ti um eco de saudade, beija estes versos que escrevi chorando." - Machado de Assis.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O por quê de eu escrever

É algo que ressurge das cinzas, que briga e se revolta com o fogo. Algo que incendeia a Lua, que ultrapassa o Universo para chegar até aqui. Rápido. Veloz. Forte. Que trás da imensidão de gelo das calotas polares até a imensidão de fogo dos vulcões da Itália. Que destrói, mata, mas também faz a gente viver. Re-viver. Eis minha pergunta: por que para aprendermos a recomeçar tudo tem que se perder? Não falo desse recomeçar da noite pro dia. Falo daquele recomeçar perdido, onde tudo é escuridão e não há nada nem ninguém que possa acender a luz e gritar "acordas, já amanheceu". Logo penso: esse não seria um processo de auto-conhecimento mediante à uma situação inesperada e talvez estúpida para que aprendêssemos a lidar com certas situações? Ou seria só mais um dos inúmeros testes que a vida ou seja lá quem for faz com a gente? Se formos parar pra pensar no que as nossas vidas são regidas e a origem do mundo, nos perderíamos entre tantos outros que já se perderam. Para onde vai o vento? Para onde o tempo foi levado? Para onde você quer ir agora que tudo se perdeu? Sonho: metáforas, borboletas e asas. Quero voar. Me leve daqui, pois se não você, quem me levará? O fogo, a água, o vento, o ar. É algo que ressurge das cinzas, que briga e se revolta com o fogo. Algo que incendeia a Lua, que ultrapassa o Universo para chegar até aqui. Rápido. Veloz. Forte. Que trás da imensidão de gelo das calotas polares até a imensidão de fogo dos vulcões da Itália. Que destrói, mata, mas também faz a gente viver. Re-viver. É algo que não é o que você deve estar pensando, mas que atormenta a todos. É algo que me trás aqui, para escrever sobre essas tantas coisas em uma só prosa. Sim, é o amor, palavra que é falada todos os dias, mas não sentida. Lembre-se: para existir amor, tem que existir verdade.


quarta-feira, 7 de julho de 2010

2:45 am

Tua voz serena que penetra no meu pensamento. E me ganha. Toda vez que gritas o "eu te amo" mais eufórico da face da Terra, ah, face! Tão singela com olhar de criança. Cada traço teu que te transforma no que tu és, que te completa e me completa. Eu sou cada traço desenhado à caneta de ti. Cada rabisco que não pode ser apagado. Eu posso ter sido o maior dos teus erros, mas sei que sou o mais belo dos teus defeitos. E aquele velho violão, pindurado no canto do teu quarto, pronto para ser tocado, é como a tua pele à minha espera. É como se você estivesse esperando por mim, hoje, agora, 2:45 da madrugada. Me esperando para sentar do teu lado na tua cama, para tocar o teu cabelo e tocar a tua alma. Me esperando para que amanhã tu possa acordar, abrir os olhos e ver nos meus olhos o teu reflexo, os teus olhos fechados arrecém abrindo, para que tu possa ver o pôr-do-sol, o azul do céu. Tu queres que eu deixe o meu rastro nos teus lençóis. O meu perfume que é reconhecido de longe por ti. E eu deslizo no teu pensamento, caio no teu coração. E eu tento entrar dentro dele, não percebendo o quão fundo foi o buraco que eu cavei. Estou aqui! Estou aqui! Grito eu para que tu me ouças. Não se perca de mim, não se perca. Não quero ter que ir dormir as 2:45 da manhã sem antes poder olhar nos teus olhos cor de mel, sentir o gosto do teu beijo e apreciar a tua pele de criança, dizendo-lhe palavras que duvidas de mim, mas que nunca saíram em vão da minha boca: eu estou aqui por você.