domingo, 29 de dezembro de 2013

subst. Infinito

Mergulho nos teus olhos cor-de-mel e por míseros segundos em que teu corpo encosta no meu, me sinto infinita. E se sentir infinito, nos tempos de hoje, é raridade - não se vê. Não sei ao certo o por quê, não contei os dias em que nos vimos, não sou boa com datas, minha memória é falha (bem sabes), mas deixei a coisa fluir "como uma onda no mar". E chegou a um estágio tão promissor que meus olhos ficam estagnados olhando para os teus olhos imobilizados. E consigo enxergar pequenos vultos dos pigmentos de água caindo ao meu lado, das folhas secas das árvores se libertando e deixando o vento simplesmente as levar. E tenho tido dias assim, meu bem: tudo ao meu redor é motivo de beleza. Tudo tem sido bonito. Tudo tem sido infinito.

domingo, 22 de dezembro de 2013

v.t.d dissipar

dissiparam-se as linhas
de um lado, nossos eus
de outro, nossos nós
mas para onde vão os nós?
e os laços? e os traços?
se queres ver, vejas bem
se queres ouvir, escute-a
só não queira lembrar:
lembrar dissipa a alma
e o coração não "guenta"
se a alma é pequena.

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Infinito "ok"



O infinito é sempre o infinito.
Nele a gente canta, dança e corre rua afora. Mas a gente não se sente se não for só a dois. E apenas.
O infinito é um caos que esquecemos dentro de nós; que adormece, berra, chora, querendo sair. Nele cabem três vidas inteiras, uma penteadeira, meu coração. Cabe qualquer coisa, qualquer rima, qualquer faísca, qualquer solidão.

Um infinito é sempre UM infinito.
E a gente o vive desde sempre: do primeiro passo até o pai ou a mãe, do primeiro sorriso até a última palavra enquanto vivos. Mas morrer não significa que o infinito tenha acabado.  Partindo da premissa que infinito não tem fim, sabemos que a morte é só um transporte de energia em que a nossa alma se solidifica em algum outro mundo.

O infinito é aqui. Nele cabe muita coisa, embora a gente saiba que das três vidas inteiras, uma já se foi.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

"Eles se amam. Todo mundo sabe mas ninguém acredita. Não conseguem ficar juntos. Simples. Complexo. Quase impossivel. Ele continua vivendo sua vidinha idealizada e ela continua idealizando sua vidinha. Alguns dizem que isso jamais daria certo. Outros dizem que foram feitos um para o outro. Eles preferem não dizer nada. Preferem meias palavras e milhares de coisas não ditas. Ela quer atitudes, ele quer ela. Todas as noites ela pensa nele, e todas as manhãs ele pensa nela. E assim vão vivendo até quando a vontade de estar com o outro for maior do que os outros. Enquanto o mundo vive lá fora, dentro de cada um tem um pedaço do outro. E mesmo sorrindo por ai, cada um sabe a falta que o outro faz. Nunca mais se viram, nunca mais se tocaram e nunca mais serão os mesmos. É fácil porque os dias passam rápidos demais, é dificil porque o sentimento fica, vai ficando e permanece dentro deles. E todos os dias eles se perguntam o que fazer. E imaginam os abraços, as noites com dores nas costas esquecidas pelo primeiro sorriso do outro. E que no momento certo se reencontrem e que nada, nada seja por acaso." 
 Texto escrito pela escritora Tati Bernardi.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Guria, já faz tempo...

Me falaram que era pra deixar doer inteiro, não corromper essa dor, porque a gente sabe que o passado volta todos os dias. Me falaram pra escrever e eu não conseguia, porque não está tudo bem, não está! Me falaram pra comer mas eu só conseguia ficar pensando nela e nas tantas coisas que não fomos. Por que o auge dos nossos sentimentos é a parte mais dolorosa do sentir? Por que pra amar, tem que doer? Pra escrever, tem que lembrar? Pra dormir, tem que chorar? Por que pra sentir, tem que sonhar? 

Por que a gente fica aqui se perguntando porque não fomos, quisera fossemos, se estamos a tão poucos quilômetros de sentir o arrepio na pele?

Guria, já faz tempo que eu choro te escrevendo e cada parte do meu texto é uma lágrima caída na minha vida.

domingo, 30 de junho de 2013

Vinhetas

Eu tenho um blues na minha mão. As estrelas não estão mais no céu. Meu encanto é sereno. Meu semblante sorri. Meus "zóios" brilham. 

Olha só, guria, que estranha é a vida que me dizia que eu deveria seguir em frente e abraçar o mundo com os dedos cruzados, com um sorriso de orelha à orelha que eu não tinha. Desembarco num cais qualquer. O mar me lembrava muito a cor do céu que havia visto semana retrasada. A areia da praia é limpa, o vento era um extensivo meio da natureza propagador de memórias. Como quem não quer nada, eu sentei e fiquei avistando famílias unidas, cachorros correndo, árvores balançando, crianças brincando, casais sorrindo - até escurecer e eu avistar você. 

Como numa vinheta de filme antigo, não tinha pressa a minha calmaria te olhando, não tinha pressa de sair dali. E escute bem: se pudesse eu continuaria ali, na madrugada fria, só observando até e inclusive o jeito que tomas vodka. E continuo a pensar que talvez seja o teu jeito. E queria me limitar a pensar que poderia ser apenas o jeito que tomas vodka, mas não... 

Descanso os olhos, após muito observar. Percebo que tu ficas a analisar constantemente o céu, notando a falta de estrelas entre o vai e vem dos cometas. E a gente acaba olhando juntas, pro mesmo céu, com o mesmo pensamento questionador e crítico. E percebo, ainda, que a música que a gente escuta é menos linda que os teus olhos e a tua cor; que tudo o que escreves tem sentido e vazão ao que tu és. 

Acho graça que eu desacreditei no amor; que eu olhava no espelho e não via nada mais que uma pessoa qualquer. Agora sigo o sol. Bem sabemos onde tudo vai parar. Já não tenho medo, nem pressa, nem ansiedade. Agora eu tenho uma estrela na minha mão e vou mantê-la acesa até quando me permitires.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

E eu quis tanto ser o texto dela

De todas as minhas vidas, de todos os meus amores, eu queria ser o texto dela. De todas as palavras não ditas, frases mal expressadas, dizeres sem sentido - caramba, eu quis tanto ser o texto dela! Esse é o meu momento desprezível. Essa é a minha mágoa não transcrita, nem dita, nem chorada. Esse é o meu inferno pessoal, minha falta de coesão, minha autopiedade. Essa sou eu, e esse não é o texto dela. De todas as luas cheias, de todos os mares azulados, em todo cais que eu passei, eu quis tanto passar na tua rua, me encostar na sombra da tua árvore e te dizer que faço parte do teu texto, que me esquivo com as tuas palavras, que não sossego sem pensar nos teus pronomes, nos teus tantos nomes. 

E eu volto, volto, volto e não saio de lugar algum. E eu penso, repenso e despenso - e continuo aqui, querendo fazer parte do texto dela, das frases, dos trechos, dos cantos...

domingo, 9 de junho de 2013

Carta sem remetente

Trocaram-se os pronomes e as pessoas. No falso chão que me encontro, confesso sentir medo dos tapetes avermelhados que me forçam dançar. Eu tinha um mundo nas mãos, uma música em cada ouvido, dois corações articulados em apenas um corpo. Nos passos da minha dança, o som do piano se confunde com o teu sussurro que tanto faz falta. Eu queria ter continuado lá, naquele salão, trocando os passos da tua canção. Eu não queria ter ido embora, não queria. Trocaram-se as roupas e as intenções. Só não se troca de coração - em que mundo estamos, que a coragem se perde no dia a dia, que uma afeição destrói uma vida?

Eu queria descansar os olhos. Queria não ter feito parte da tua plateia, nem dos teus planos. Mas tive que aplaudir, juro que tive. Porque trazer de volta aquilo que não te traz paz? Porque continuar pensando naquilo que te afoga ainda mais? Corações são armas apontadas pro peito de quem não sabe o que é amar.

Ainda espero na esquina, ansiosa, teu rosto surgir. Mas não queria esperar, não mais. Queria atravessar a rodovia com os carros cruzando a duzentes por hora, sem olhar pros lados, sem olhar pra lugar nenhum.

Trocaram-se os pronomes e as pessoas, ora, por que não trocam as palavras também?

domingo, 12 de maio de 2013

(...)


A calmaria me encanta, mas a loucura me fascina em todas as suas formas. Em tempos de uma quase terceira guerra mundial, ainda encontramos sossego, paz e leveza... Tem noites que me sinto dentro de uma bolha de sabão, sendo carregada pela ventania que o teu corpo faz quando se junta ao meu. Tem dias que só a gente sabe o que se passa dentro de nós, dessa coisa esquisita e ambulante que chamamos de coração.

Eu poderia falar qualquer coisa à respeito dos teus defeitos se os encontrasse, mas me soa bonito até o teu romantismo careta e meio sem noção. Olha só, eu aqui de novo, que tanto falava e relatava minhas histórias fodidas agora me concentro em uma outra vida que se cruza com a minha. Pensei que pudesse estar na estrada errada, andando para o lado errado. Pensei tantas coisas e tantas outras eu nem disse nada, e agora me vejo aqui, escrevendo que tua cara é meu riso frouxo, teu abraço um lugar bonito que encontrei pra morar.

E ficar.


sábado, 4 de maio de 2013

Sobre saber

Às vezes me esquivo. Não porque quero, mas veja bem: é impossível não recuar quando lhe falta o passo. Ou se cai, ou se trava. Segunda opção, no meu singelo caso. Permaneço recuando, às vezes mais, às vezes menos, tudo depende da forma com que se diriges a mim. E também tem aquela história de riso imediato ou timidez causada pela tua cara linda naquele corredor cheio de gente patética - diagnósticos que tu mesma fizestes, bêbada, claro. Irremediavelmente seguimos recuando. No acaso, a gente esquece de recuar e acabamos nos embebedando de uma coisa que, ainda, (repito: ainda), não sabemos do que se trata ou como lidaremos daqui dois, três, quatro dias ou meses ou anos ou vidas. Ou eu te confundo, ou me confundes. E talvez seja esse mesmo o ritmo do baile: o mistério, o não dito, o não expressado, o não demonstrado. Porque sabemos que não saber é mais fácil e emocionante do que saber (em partes). E sabemos que saber é tanto quanto demasiado de emocionante do que não saber (em partes). E sim, existe diferença entre uma coisa e outra e essa diferença é o que compensa e realmente faz valer a pena.

Quem dera abríssemos nossos corações para o desconhecido; fossemos sutilmente preparados para a próxima etapa, sem que haja qualquer tipo de medo ou angústia decorrente de uma noite de amor mal dormida. Quem dera fossemos mesmo, nós mesmos, hoje e sempre e que não houvesse pessoas ao meio, com cabeças e sentimentos não esclarecidos. 

Mas somos. E sabemos que somos, antes de tudo. Porque, como já havia dito, é preciso que saibamos: da estrada, das curvas, do chão que pisamos - é preciso que saibamos. E queria que soubesses que eu preciso saber mais de ti, das tuas curvas, do teu chão, do teu mundo, da tua história. Porque saber é mais emocionante do que não saber (em partes).

domingo, 28 de abril de 2013

Das coisas que eu gosto (bêbada)

Eu gostaria de dizer que gosto da tua voz bêbada e meio rouca (já fumou uma carteira inteira), que gosto dos teus dedos amarelados pelo filtro vermelho, que gosto da tua cor e da cor dos teus olhos. Mas queria, acima de tudo, dizer que gosto da tua presença (mesmo que bêbada) na minha vida; que me faz bem me entregar pros teus braços, mesmo que às vezes, nem que seja pra sorrir em vão das nossas babaquices. E queria dizer, também, que tenho medo de gostar de tudo isso, de adorar e te adorar cada vez mais; que eu não sei lidar com coisa pouca: pra mim é tudo ou nada - mas que aprendi (e aprendo) contigo que pra tudo existe limite ou autocontrole, que eu aguento sim, porque devagar é mais bonito, gostoso, sincero. (...)

Eu queria dizer que quando a noite acaba a lua invade o meu dormir. Que de repente me pego sonhando acordada, boba, lembrando dos beijos com gosto de vodka que me deste semana retrasada. Que eu gosto muito da tua loucura danada, desse teu jeito durão, mas doce - tu não me enganas, não! Que eu sei e tu também sabes, talvez seja mesmo assim que eu queira pensar em ti.

Às vezes, quando o passado invade o meu presente, nos meus passos encontro o meu lugar - tem dias que teus passos me acompanham - e vou seguindo sempre em linha reta, em direção ao que nem eu mesma sei, apenas sabendo que devo ir, que não devo parar em qualquer bifurcação. E eu sei, eu vejo, eu sinto; não pelo falo de adorar-te, mas pelo fato de conseguir, finalmente, dar um nome pra tudo isso. Talvez seja por essas e outras que eu venho te escrever. 

Eu queria mesmo que tu soubesses que te adoro - teu jeito de olhar, de falar, de rir. Que tua risada é única e já faz parte da minha risada rir junto a ti.

Das minhas e tuas e nossas emoções

Eu cochilava no aguardo de um sonho qualquer. Despertava vez em quando, pra ver se ainda estava ali. Nos dias de frio ou chuva, teu cuidado era meu refúgio, teu abraço era minha proteção. E agora, para onde foram as emoções de outrora? Onde foram parar teus pensamentos esquecidos? Veja só, o céu está cinzento e eu estou sozinha, mergulhada nesse vazio regado pelas flores da lembrança. Confundo os meus passos com o da solidão e confundo tantas outras coisas com as tuas facetas. E acabo sempre voltando pros dias chuvosos, desembarcando no meu cais qualquer mínima lembrança do som da tua voz, do teu choro de criança, até dos teus sussurros serenos que me diziam tanto e não me diziam nada. (...)

Veja só, eu deixei de estar aqui para estar aí e tu nem percebes. E deixei tantas outras coisas empilhadas no canto do teu quarto só para ver se lembras, se ainda pensas em mim. Quando surge o sol e eu abro a janela, a luz que cega os meus olhos ainda é a mesma que te cega? 

Veja só, estou mais calma, sonolenta, cansada - desisti, viu? Agora podes ir. Vá tomar teu café da tarde ou fazer qualquer outra coisa, mas não voltes para me questionar de quem foi o erro ou porque demorei tanto para despejar essas palavras sem sentido.

Vou indo com o peito apertado, a voz já rouca de tanto gritar. É até engraçado ver o quanto eu vou, vou, vou, mas sempre acabo retrocedendo às mesmas histórias. E acabo sempre voltando pros dias ensolarados, naquela praça calma, velhinhos jogando xadrez ao nosso lado, teus cabelos presos como o nosso primeiro abraço, teus olhos despejando carinho como nosso primeiro beijo. Mas para onde mesmo vão parar as emoções de outrora?

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eu queria dar um nome para isso

Eu queria dar um nome para isso. Não quero pseudônimos, chega dessa babaquice! Eu quero um título que justifique tamanho "não sei". E não quero falar de amor, de paixão, de romances dramáticos e perturbadores! Eu estou falando de outra coisa e sei que falo na mesma língua com que tu me diriges as palavras. Eu quero escrever uma estória. E não quero que seja dessas estórias comuns que lemos em qualquer livrinho infantil ou de adolescente - quero ter algo para contar. Num momento tão só e tão meu, eu só quero. E eu quero voltar a escrever o que escrevia, tanto quanto eu quero parar de falar "eu quero". E quem vai me trazer de volta pra casa? Meu lugar não é mais meu, meu lar é um tormento e eu só sei diagnosticar indecisões. Eu queria dar um nome para isso. Juro que queria. Juro que tu entenderias se eu soubesse dar um nome para isso. Mas a lua anda tão incerta que não acerta bem no meio da minha testa uma sorte qualquer. E fica assim, fico assim, ficamos assim: sem fim, sem meio, sem um nome sequer, só o legal de saber que não existe amor, que não existe nada, que só existe um "eu quero" no meio de um turbilhão de palavras confusas e desesperadas.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

não me deixa pensar no amanhã
me deixa ser um amanhã mais bonito, solar, brilhante, 
que o dia acabou e agora eu não sou mais noite.
mente sã, vã, viril, hostil;
horrível ser mente.
horrível ser que mente.
que sente, que prende.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Voar

Então marquei meu voo. A passagem é somente de ida. Até pensei em ir de ônibus, mas minha pressa de sair do lugar é maior do que minha vontade de aproveitar a viagem. E estou arrumando as malas, filtrando cada cheiro indesejável que possa me lembrar das tuas manias e gestos; cada mínima peça de roupa que eu já usei perto do teu corpo - e reviro tudo, aos berros, tentando não encontrar algo que reaviva minha memória, eis que decido: não levarei malas. Sem celular, sem computador, sem nada. Só carrego a forte emoção de uma meia vida compartilhada, com histórias boas e bonitas e engraçadas pra contar. Cheguei a pensar que envelheceríamos juntos. Que, em um determinado intervalo de tempo, poderíamos visitar nossos filhos já adultos, poderíamos viajar ao redor do mundo inteiro e ganhar o mundo também. Falta pouco, mas como disse, tenho pressa. E minha pressa é o que me prende aqui agora, extasiada, com os dedos e olhos cansados, marejados, deslocados. A noite que tem sido uma grande aliada, me deixando sobreviver aos mistérios que esse escombro me impede de enxergar nitidamente. E sem malas, sem nada, me vou aos poucos, com um nó na garganta que arde até mesmo a alma, sufocando o meu maior bem: meu coração. Mas sei que deixo lembranças, cartas, sorrisos perdidos por aí. Sei que a estrada continua a mesma e que a velocidade da minha aeronave está bem acompanhável. E sei que vou continuar sonhando nas nuvens com essa mesma história, disfarçando com o vento nos cabelos que eu não queria ir, que eu não precisava ir.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Sinto-nia

Vem que eu te cuido, te mimo e te faço um cafuné. Até te acordo manhã cedinho, te dou café na boca e te levo pra dar uma volta na praia em um dia ensolarado. Vem que eu tenho pressa de estar contigo, do teu lado, te cuidando, te mimando, te fazendo cafuné. E tenho pressa de repetir essas pequenas palavras, já que no momento são elas que me restam e me acompanham. Não sei se consegues ver, mas daqui desses meus diamantes azuis eu consigo avistar um farol. O cais até pode estar distante, mas nada é impossível quando a gente enxerga com olhos de diamantes. Vem que eu tô até rimando, cambaleando pra te esperar. E tô feliz em sentir que tu vais voltar. Eu sei que eu não passo de uma poetisa de privada, que meus versos são pobres e minhas rimas ricas em distorções otárias, que eu te enrolo com o meu pensar louco e frustrado, mas que são do fundo do meu coração esburacado. Por fim, por mim e por ti, te encontro na luz do farol que meus olhos vem, na perfeita sintonia que meu corpo estremece, que a minha e a tua mente sejam eternamente ligadas por esses versos que hoje abastecem o meu e o teu coração.